ATA DA SEXAGÉSIMA NONA
SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA
LEGISLATURA, EM 29-8-2001.
Aos vinte e nove dias do mês de agosto do ano dois
mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni,
Cassiá Carpes, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz,
Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Paulo Brum e Raul Carrion.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Carlos
Alberto Garcia, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier,
Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, Humberto Goulart, Isaac
Ainhorn, João Bosco Vaz, José Fortunati, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal,
Reginaldo Pujol e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos
de cópias da Ata da Sexagésima Quinta Sessão Ordinária, que deixou de ser
votada face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados:
pelo Vereador Cassiá Carpes, 01 Pedido de Providências e o Substitutivo nº 01
ao Projeto de Lei do Legislativo nº030/01 (Processo nº 0941/01); pelo Vereador
Haroldo de Souza, 04 Pedidos de Providências, a Indicação nº 028/01 (Processo
nº 3372/01) e o Projeto de Resolução nº 074/01 (Processo nº 3371/01); pelo
Vereador Humberto Goulart, o Pedido de Informações nº 159/01 (Processo nº
3345/01) e a Emenda nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 217/01 (Processo
nº 3140/01); pelo Vereador João Antonio Dib, o Pedido de Informações nº 162/01
(Processo nº 3400/01); pelo Vereador João Carlos Nedel, 08 Pedidos de
Providências; pelo Vereador Luiz Braz, 03 Pedidos de Providências; pelo
Vereador Reginaldo Pujol, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Resolução nº
067/01 (Processo nº 3070/01). Também, foram apregoados os seguintes Ofícios, do
Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre: de nº 443/01, encaminhando o Projeto
de Lei do Executivo nº 021/01 (Processo nº 3394/01); de nº 453/01, encaminhando
o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 004/01 (Processo nº 3404/01); de
nº 454/01 (Processo nº 3405/01), informando que se ausentará do Município a
partir das sete horas do dia três ao dia cinco de setembro do corrente, quando
participará da "VII Cúpula de Mercocidades", na Cidade de Valparaíso,
Chile. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nºs 10144293, 10144283, 10144261,
10144199, 10143855, 10144911, 10144904, 10144717, 10144381, 10144322, 10145077,
10145012, 10144932, 10144914, 10160997, 10160799, 10160723, 10160704, 10160652,
10160621, 10160575, 10159530, 10149831, 10140853, 10146623, 10145239, 10166055,
10166072, 10166010, 10166079, 10166630, 10145155, 10165991 e 10165993/01, do
Senhor Barjas Negri, Secretário-Executivo do Fundo Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde. A seguir, foi apregoado Requerimento do Vereador Sebastião
Melo, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o
Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Antonio Augusto
Bernd, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização,
Transportes e Habitação. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª
Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 223/01, discutido pelo Vereador João
Carlos Nedel; em 2ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 054/01, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Ervino
Besson, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 215/01, discutido pelos
Vereadores Adeli Sell e João Carlos Nedel, 225/01, discutido pelos Vereadores
Raul Carrion e Ervino Besson, 228/01, discutido pelo Vereador João Carlos Nedel
e 206/01, discutido pelo Vereador João Antonio Dib; em 3ª Sessão, o Projeto de
Resolução nº 069/01, discutido pelo Vereador João Carlos Nedel. Na
oportunidade, por solicitação do Vereador Ervino Besson, foi realizado um
minuto de silêncio em homenagem póstuma ao ex-Vereador Dilamar Machado, falecido
no dia vinte e sete de agosto do corrente. Também, o Senhor Presidente
registrou a presença de alunos e das Professoras Eliane Mello, Ruth Mello e da
Diretora Nádia Silvestre, da Escola de Ensino Fundamental Vinícius de Moraes,
presentes a este Legislativo para participar do Projeto de Educação Política
desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Paulo Brum reportou-se à inauguração, ontem, do Bourbon Shopping Country, na
zona norte da Cidade, elogiando a contratação, por esse empreendimento
comercial, de jovens portadores de deficiência. Também, ressaltou a
implantação, por iniciativa do Governo Federal, do passe-livre interestadual
para os portadores de necessidades especiais, defendendo igual benefício para
as linhas de ônibus intermunicipais do Estado. O Vereador Nereu D'Avila
discursou acerca do falecimento do Senhor Dilamar Machado, enaltecendo a
honradez e a dedicação de Sua Senhoria à vida pública. Ainda, manifestou-se
favoravelmente à proposição do Ministério da Educação de estabelecer cotas para
ingresso de negros nas universidades brasileiras, como forma de combate à
exclusão social dessa etnia, e exaltou a inauguração do Bourbon Shopping
Country, ocorrida ontem, em Porto Alegre. O Vereador Luiz Braz cumprimentou o Grupo
Zaffari, pela inauguração do Bourbon Shopping Country, no Bairro Passo da
Areia, e saudou a memória do ex-Vereador Dilamar Machado, lembrando passagens
da convivência que teve com Sua Senhoria. Também, contrapôs-se à proposta do
Ministério da Educação, relativamente à reserva de vagas nas universidades
brasileiras destinadas aos negros, afirmando ser essa medida discriminatória.
Na ocasião, face Requerimento verbal formulado pelo Vereador Isaac Ainhorn,
deferido pelo Senhor Presidente, foi executado o Hino da Legalidade, em
comemoração ao transcurso dos quarenta anos da "Campanha da Legalidade".
Também, o Senhor Presidente manifestou-se acerca da Sessão Solene destinada a
homenagear os quarenta anos da Campanha da Legalidade, a ser realizada amanhã,
neste Legislativo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão
registrou o comparecimento nesta Casa de moradores do Bairro Jardim das
Palmeiras e criticou o Executivo Municipal, pela forma como vêm sendo
conduzidas as reformas no Viaduto Imperatriz Leopoldina. Ainda, avaliou a
destinação de cotas aos negros nas universidades públicas do País e comunicou
sua participação, amanhã, em conferência destinada a tratar de assuntos
pertinentes a discriminação. O Vereador Elói Guimarães externou seu pesar pelo
falecimento do ex-Vereador Dilamar Machado, ressaltando aspectos relativos à
vida profissional de Sua Senhoria. Também, comentou a participação de Sua Excelência
na inauguração do Bourbon Shopping Country, localizado na zona norte da
Capital, afirmando que os prédios que compõem o complexo Zaffari dignificam o
patrimônio cultural de Porto Alegre. O Vereador Beto Moesch discorreu sobre
matéria publicada hoje no jornal Correio do Povo, relativa à postura da Secretaria
Municipal de Obras e Viação - SMOV - ao destinar área pertencente ao Parque
Farroupilha para construção de uma terceira pista que viabilize o trânsito nas
imediações do Viaduto Imperatriz Leopoldina, o qual encontra-se em reforma,
destacando aspectos pertinentes à Lei nº 2185/60, que proíbe qualquer nova
construção no referido Parque. O Vereador Valdir Caetano discursou a respeito
de matérias publicadas em jornais da Capital que analisam problemas ocasionados
à saúde pelo consumo de cigarros, comentando dados da Organização Mundial da
Saúde - OMS - sobre índices de mortalidade no mundo em decorrência do hábito de
fumar. Nesse sentido, parabenizou iniciativas de diversos segmentos da sociedade
ao desenvolverem campanhas preventivas e esclarecedoras sobre o assunto. O
Vereador Raul Carrion manifestou seu pesar pelo falecimento do ex-Vereador
Dilamar Machado, dissertando sobre a postura político-humanitária de Sua Senhoria,
especialmente como defensor dos ideais democráticos no País. Ainda, examinou
aspectos da dívida interna pública brasileira, afirmando a importância da
formação de uma unidade de forças oposicionistas às políticas sócioeconômicas
implementadas pelo Governo Federal. Na ocasião, o Vereador Nereu D’Avila
formulou Requerimento verbal, solicitando que o Salão Nobre da Presidência seja
denominado “Salão Nobre Dilamar Machado”, em homenagem ao ex-Vereador, falecido
no dia vinte e sete de agosto do corrente, tendo o Senhor Presidente e os
Vereadores Reginaldo Pujol e Raul Carrion manifestado-se sobre o assunto.
Também, o Vereador Reginaldo Pujol formulou Requerimento verbal, deferido pelo
Senhor Presidente, solicitando TEMPO ESPECIAL, nos termos do artigo 94, § 1º,
alínea "g", do Regimento. Ainda, o Vereador João Bosco Vaz comunicou
a realização de Audiência Pública, amanhã, às quatorze horas e trinta minutos,
promovida pela Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, para
averiguar denúncias de irregularidades na prestação de serviços por empresas de
telefonia no Estado, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre a
referida Audiência Pública. Na oportunidade, o Senhor Presidente informou que
as comemorações alusivas aos duzentos e vinte e oito anos de existência da Câmara
Municipal de Porto Alegre terão seu início na próxima sexta-feira, às oito
horas e trinta minutos, convidando os Senhores Vereadores e funcionários da
Casa para participarem de um “Café da Manhã” de confraternização, que se realizará
na Avenida Cultural Clébio Sória, no térreo do Palácio Aloísio Filho. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Alberto Garcia teceu considerações a
respeito do Projeto de Lei do Legislativo nº 174/00, que dispõe sobre a
obrigatoriedade de cadastro para as empresas operadoras do serviço de telefonia
celular pré-pago no Município de Porto Alegre, citando episódios recentes ocorridos
no País em que esse sistema de comunicação foi utilizado para a realização de
ações criminosas. O Vereador Estilac Xavier demonstrou solidariedade ao Partido
Democrático Trabalhista pelo falecimento do ex-Vereador Dilamar Machado e
discursou sobre a "Campanha da Legalidade" deflagrada pelo
ex-Governador Leonel Brizola, há quarenta anos, no intuito de garantir a posse
do Senhor João Goulart na Presidência da República. Também, ressaltou a importância
do Exército Brasileiro em ações a favor da preservação da soberania nacional. A
seguir, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea "g", do Regimento, o
Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Reginaldo Pujol, que
discorreu a respeito da participação de Sua Excelência, como representante
deste Legislativo, na solenidade de entrega do Prêmio Gerdau Melhores da Terra
a empresas industriais e comerciais que se destacaram no setor agrícola,
ressaltando o Prêmio dado à Empresa Dryeration Indústria, Comércio e Projetos
Ltda, pela apresentação de projeto pioneiro de secador de sementes. A seguir, o
Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da utilização, pelos Senhores
Vereadores, do TEMPO ESPECIAL constante no artigo 94, § 1º, alínea
"g", do Regimento, tendo o Vereador Reginaldo Pujol manifestado-se a
respeito. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO
DIA e aprovado Requerimento verbal do Vereador Marcelo Danéris, solicitando
alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Após,
foi aprovado o Projeto de Decreto Legislativo nº 009/01 (Processo nº 3419/01),
após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Estilac
Xavier, Raul Carrion, João Bosco Vaz, João Antonio Dib, Elói Guimarães, Valdir
Caetano e Antonio Augusto Bernd. Na ocasião, o Vereador Nereu D’Avila formulou
Requerimento verbal, solicitando seja a bandeira de Porto Alegre, localizada em
frente ao Palácio Aloísio Filho, hasteada a meio pau, como parte do luto
oficial decretado por esta Casa, em virtude do falecimento do Senhor Dilamar
Machado, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos e tendo os
Vereadores Nereu D’Avila e Estilac Xavier manifestado-se a respeito do assunto. Foi aprovado o Requerimento nº 205/01 (Processo nº 3262/01 - Requer
manifestação expressando o reconhecimento desta Casa ao escritor, pesquisador,
professor e poeta Armindo Trevisan, por sua eleição ao patronato da 47ª Feira
do Livro de Porto Alegre), de autoria da Vereadora Clênia Maranhão. Foi
aprovado o Requerimento nº 209/01 (Processo nº 3295/01 - Requer seja
encaminhado Ofício ao Senhor Aécio Neves, Presidente da Câmara dos Deputados,
solicitando agilização na apreciação e votação do Projeto de Lei nº 3144/92 e
respectivo Substitutivo nº 285/99, que regulamenta o uso e a proteção da Mata
Atlântica), de autoria do Vereador Beto Moesch. Foi aprovado o Requerimento nº
212/01(Processo nº 3306/01 - Requer período de Comunicações destinado a
homenagear o Canal 20), de autoria do Vereador Leo Meira. Foi aprovado
Requerimento de autoria do Vereador Adeli Sell, solicitando seja o Projeto de
Lei Complementar do Legislativo nº 005/98 (Processo nº 1448/98) considerado em
regime de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes. A
seguir, foi votado o Requerimento nº 214/01 (Processo nº 3393/01 - Requer Moção
de Solidariedade ao Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de
Telecomunicações e Operadores de Mesas Telefônicas do Rio Grande do Sul, Senhor
José Jurandir Teixeira Leite, em nome de todos os funcionários da Empresa CRT
Brasil Telecom. S/A. pelos 960 empregados que receberam uma carta onde devem
optar em terceirizar seus serviços por conta própria ou através da assessoria
da empresa e caso não havendo opção serão demitidos compulsoriamente com
incentivos), de autoria do Vereador Carlos Alberto Garcia, o qual obteve treze
votos SIM e um voto NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Carlos
Alberto Garcia, Reginaldo Pujol, Antonio Augusto Bernd, João Antonio Dib e João
Bosco Vaz, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Antonio Dib, tendo
votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Estilac
Xavier, Haroldo de Souza, Humberto Goulart, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz,
Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Raul Carrion e Antonio
Augusto Bernd e Não o Vereador João Antonio Dib, votação esta declarada nula
pelo Senhor Presidente, face à inexistência de quórum deliberativo. Às
dezessete horas e dezessete minutos, constatada a inexistência de quórum
deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando
os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Fernando Záchia,
Carlos Alberto Garcia e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum
e Ervino Besson. Do que eu, Paulo Brum, 2º Secretário, determinei fosse lavrada
a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela
Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Sebastião Melo solicita Licença
para Tratamento de Saúde no dia de hoje.
(Obs.: Foi apregoado o Requerimento de licença do Ver. Sebastião Melo, e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)
Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
3188/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 223/01, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Lioveral
Bacher.
2ª SESSÃO
PROC.
1280/01 - SUBSTITUTIVO Nº 01, que
autoriza a criação do Programa de Aproveitamento de Materiais de Construção nas
Obras Civis, no Município de Porto Alegre, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 054/01, ambos de autoria do Ver.
Almerindo Filho.
PROC.
3105/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 215/01, de autoria do Ver. Adeli Sell, que
denomina Rua Perseu Abramo um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro
Nonoai.
PROC.
3204/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 225/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que dispõe sobre instalações
sanitárias em feiras comerciais e dá outras providências.
PROC.
3268/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 228/01, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
denomina Usina do Gasômetro Governador Synval Guazzelli o conjunto arquitetônico
da Usina do Gasômetro.
PROC.
3034/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 206/01, de autoria do Ver. Humberto Goulart, que
institui o Cartão de Saúde para a 3ª Idade. Com Emenda nº 01.
3ª SESSÃO
PROC.
3265/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 069/01, de autoria da Mesa Diretora, que extingue a condição de
"sala de espetáculos" do Salão Glênio Peres, revogando a Resolução nº
1.332, de 19 de dezembro de 1996, e dando outras providências.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a
saudade é a ponte que une o passado ao presente. Digo isso, porque eu tenho
saudade da Pauta que eu conheci na Casa do Povo de Porto Alegre, quando aqui
cheguei, que por muitos anos foi da mesma maneira: podíamos apresentar proposições
ou discutir projetos em Pauta. Lembrei disso, porque na leitura do Expediente
foi relatado que o Executivo tem Projeto de Lei que altera o Plano Diretor.
E
eu gostaria, se fosse permitido - como no passado - de fazer uma proposição
para que o Vereador que detém nas suas mãos o processo sobre a área rural - que
quero que retorne ao Plano Diretor - que libere o processo que lá está desde
maio. Não deveria fazer isso; pois tenho de me cingir à Pauta, que no dia de
hoje tem sete processos, e a Ordem do Dia tem 41 projetos de lei para serem
examinados. Se isso me fosse permitido como outrora, eu faria uma proposição
para que sessões ordinárias de quartas-feiras fossem usadas, exclusivamente,
para atender à Ordem do Dia. Nós não teríamos Pauta, não teríamos Comunicação
de Líder nem Grande Expediente; só teríamos projetos a serem votados, na Ordem
do Dia.
Na
Sessão passada, eu comentei um Projeto de Lei do Ver. Almerindo Filho, que
deseja o aproveitamento de materiais de construção nas obras civis do Município
de Porto Alegre. Evidentemente que não consegui entender, e coloquei essa
posição ao Ver. Almerindo Filho que ficou de me dar informações. Talvez
entendendo, como entendo a idéia que ele tem, que é de servir aqueles menos
aquinhoados que o DEMHAB não atende, mas na forma como o Projeto foi
apresentado não há como fazer. É absolutamente inviável, e sempre digo que: a
lei deve ser clara, precisa e concisa, para que possa ser respeitada.
O
Ver. Humberto Goulart está propondo um cartão de saúde para a terceira idade. A
Procuradoria da Casa coloca uma série de dificuldades e empecilhos para que
isso se transforme em lei, e o faz dentro do que preceitua a Lei Orgânica; eu
não tenho contrariedades. É tão importante a proposição do Ver. Humberto
Goulart, porque vai atender às pessoas de mais idade, que hoje encontram
dificuldades; não só as de mais idade, mas também os jovens. E os de mais idade
já não têm tempo para esperar. Eles serão atendidos com precedência, inclusive
as consultas de especialistas terão de ser marcadas num prazo máximo de 15
dias. Ainda que não seja projeto para iniciativa do Legislativo, ele tem, e
deve, de ser consertado. O Vereador tem de ser ajudado na sua preocupação, para
que esse projeto venha a se tornar
realidade e se possa atender as pessoas de mais idade e que, hoje, tem grande
dificuldade nos postos de saúde, nos hospitais, enfim, para cuidar da saúde de
cada um deles.
Portanto,
cumprimentos ao Ver. Humberto Goulart, que mostra por que veio a esta Casa e
que se preocupa muito com os problemas ligados à Medicina, já que ele é médico.
Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. ERVINO BESSON (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a V. Ex.ª, em
nome da Bancada do PDT, que seja feito um minuto de silêncio ao nosso amigo e
companheiro Ver. Dilamar Machado, pela sua história como político, homem
público, e que desempenhou muitas funções na sua trajetória dessa passagem que
todos temos neste Planeta Terra. Portanto, nada mais justo, em reconhecimento
por tudo o que o Dilamar Machado representou, que fizéssemos aqui 1 minuto de
silêncio.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Com certeza, Vereador, V. Ex.ª fala em
nome da Casa, da Câmara Municipal de Porto Alegre, em nome dos seus 33
Vereadores. Deferimos o seu Requerimento.
(É feito um minuto de
silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Queremos registrar a visita orientada da
Escola de Ensino Fundamental Vinícius de Moraes. São quarenta alunos da
terceira e quarta séries. Queremos saudar a presença das Professoras Eliane
Mello, Ruth Mello e a Diretora Nádia Silvestre. Essa atividade faz parte do
Projeto de Educação Política que o Memorial desta Câmara desenvolve junto às
escolas da Capital e da Grande Porto Alegre. Sejam bem-vindos os alunos e as
professoras.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, eu venho discutir um Projeto de nome de rua. Tenho, no meu primeiro
mandato, um nome de rua na Cidade de Porto Alegre. O Projeto que fiz, acredito
ser uma atividade importante, alguns Vereadores têm dado mais destaque a essa
questão. Estou denominando uma rua no Morro São Caetano, com o nome de Rua
Perseu Abramo. A comunidade não tinha um nome específico, e nos procurou para
nominar essa rua. Como nos últimos dias, podemos verificar, para nossa
infelicidade, a volta da censura à imprensa, resolvi denominar essa rua de
Perseu Abramo.
Perseu
Abramo foi um homem da imprensa brasileira, tem uma longa trajetória, desde o
Prêmio Wladimir Herzog, que foi idéia sua, tem passagem pelo Sindicato dos
Jornalistas de São Paulo, e, praticamente, tem passagem por todos os grandes e
importantes órgãos de imprensa do País. Teve, também, militância na chamada “Imprensa
Nanica”. Alguém que soube conviver, desde o trabalho na TV Globo, em São Paulo,
passando pelo Jornal Movimento, que soube ter interlocução com absolutamente
todas as nuanças e posições editoriais de vários jornais, mas que sempre soube
manter a sua posição política, porque, quando o Partido Socialista Brasileiro
foi fundado ele entrou nesse Partido, e, posteriormente, tivemos a felicidade
de tê-lo no nosso Partido até a sua morte.
A
denominação de Rua Perseu Abramo se dá, fundamentalmente, por uma trajetória de
idoneidade, de conduta ética e moral, de um jornalista que soube respeitar as
posições diferentes, soube trabalhar na grande imprensa de forma a não se
submeter aos ditames e pressões do momento. Soube respeitar a classe dos
jornalistas e militar decisivamente no sindicato, inclusive, hoje, em São Paulo
existe uma fundação cultural com o seu nome, tem editado vários livros e
revistas. Esse é um reconhecimento que Porto Alegre deve fazer para um dos
maiores, mais ousados jornalistas da cena brasileira. Perseu Abramo será nome
de uma rua em Porto Alegre e tenho a certeza de que será o desejo, não apenas
deste Vereador que apresenta o nome, mas todos os Vereadores desta Casa. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que
me traz à tribuna é a discussão do PLL nº 225/01, de minha autoria, que trata
de instalações sanitárias em feiras que comercializam produtos hortigranjeiros
e agro-industriais nos diversos bairros da Cidade – são 24 feiras modelo, 17
pontos de oferta - nas feiras ecológicas e nas feiras de artesanato. Os
equipamentos poderão ser fixos ou móveis e, sempre que possível, em um raio, máximo,
de 50 metros de feira. Infelizmente, ao invés de deter-me nas questões de
mérito desse Projeto - que beneficiará milhares de feirantes e dezenas de
milhares de freqüentadores em mais de quarenta bairros da Cidade - vou ter de
tratar da acusação descabida do Ver. Adeli Sell de que esse Projeto é uma cópia
de uma outra proposta sua.
Quero
começar dizendo que, de fato, a idéia original desse Projeto não é minha, mas
dos feirantes e freqüentadores das feiras livres. Coube-me apenas ser um
instrumento desses cidadãos e cidadãs para dar uma forma legal a essa
reivindicação feita a mim, já durante a campanha eleitoral.
Como
preliminar, é preciso esclarecer que tenho uma trajetória de quase quarenta
anos de militância comunista, sendo que vinte e quatro anos quais na
clandestinidade. Minha formação se deu nas lutas estudantis, contra a ditadura
militar, nos anos 60, e nas lutas sindicais das quatro últimas décadas. Por
essa vida dedicada à luta pelos oprimidos e explorados deste País, sofri todo
tipo de perseguição - desde a perda do emprego, o afastamento da universidade,
a prisão, as mais bárbaras torturas nos porões do DOPS e da OBAN, e o exílio.
Só mentes tacanhas podem imaginar que este Vereador precise copiar algum
Projeto do Ver. Adeli Sell sobre mictórios, para a afirmação do seu mandato.
Mas
vamos aos fatos: primeiro - não existe nesta Casa qualquer Projeto ou sequer
Pedido de Providências do Ver. Adeli Sell que trate desta matéria ou tema
similar; segundo - a sua entrevista ao Jornal do Centro - onde supostamente
teria tratado de assunto semelhante - só foi publicada duas semanas depois de o
nosso Projeto ter sido protocolado; terceiro - não bastasse isso, a sua
entrevista nada tem a ver com a questão de instalações sanitárias em feiras
comerciais, tratando somente da revitalização do Centro e mencionando: “um
projeto vindo da França, que são banheiros adequados para o Centro (...)
colocados em lugares ‘chaves’, como a Praça da Matriz, praças em geral, pontos
de ônibus e outros lugares turísticos”.
Portanto,
a sua acusação foi falsa e ofensiva a minha honra e a honra do meu Partido.
Aliás, o Ver. Adeli Sell é contumaz em ataques desse tipo a companheiros do seu
Partido e de Partidos aliados.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Mantenha-se na Pauta, Ver. Raul
Carrion, por favor.
O SR. RAUL CARRION: Estou tratando exatamente do tema, que é
sobre este Projeto. Estranhamos que...
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): V. Ex.ª não está discutindo a Pauta.
O SR. RAUL CARRION: Vou concluir, Sr. Presidente. Estranho
que em momentos tão graves como os atuais, em que temos de buscar somar o
máximo de forças contra o neoliberalismo, o Ver. Adeli Sell prefira dirigir
seus ataques aos Partidos aliados. Eu e o meu Partido não aceitaremos essa
provocação, pois não fazemos política em cima de querelas pessoais e busca de
espaço na mídia. Prezamos nossa aliança com o PT, o PSB e os demais Partidos da
Frente Popular - que nos esforçamos em ampliar com as demais forças do campo
democrático, progressista e antineoliberal - na busca da construção de um
Brasil soberano, democrático e mais justo. Por isso, se depender da nossa
vontade, daremos um ponto final a esse lamentável incidente, no dia de hoje.
Concluindo,
Sr. Presidente, quanto à afirmação de que o PC do B deveria ser afastado da Frente
Popular é uma posição isolada do Ver. Adeli Sell, tanto na Bancada da Frente
Popular como no Governo do PT, PSB, PC do B, PCB e PV. Nesse sentido,
registro...
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver. Raul Carrion, V. Ex.a. não está na
Pauta. Este é um tema para tempo de Liderança. Vamos cortar o seu microfone.
O SR. RAUL CARRION: Neste sentido, registro a correta
manifestação do Líder da Bancada da Frente Popular, Ver. Estilac Xavier. Sr.
Presidente, eu gostaria de dizer que foi, também, no tempo de Pauta que este
Vereador foi agredido e atacado. E V. Ex.ª estava presidindo, e nada disse.
Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Eu sou
testemunha, Sr. Presidente, de que, efetivamente, não está na Pauta o
afastamento do PC do B da coligação com o PT que conduzem o nosso Executivo
Municipal. Efetivamente, não está na Pauta. Mas eu vou-me referir aos Projetos
em Pauta. O primeiro, Ver. Juarez Pinheiro - eu sei que V. Ex.ª vai gostar
desse assunto - visitei agora, há poucos minutos, o novo Salão Glênio Peres,
que está em fase de acabamento. Estão faltando somente as poltronas. Verifiquei
e projetei como ele será importante para esta Casa depois da sua conclusão.
Será um novo espaço que servirá para reuniões, para palestras, para encontros
especiais das Comissões e, também, para promover alguns espetáculos e
homenagens.
Tenho
certeza de que esta Casa e a sociedade de Porto Alegre estarão muito bem
servidas com o novo Salão Glênio Peres, que está sendo reformado pela
presidência, sob a batuta do Ver. Fernando Záchia.
Eu
gostaria de cumprimentar o Ver. João Bosco Vaz pelo seu Projeto de concessão do
Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Lioveral Bacher. Vendo o
currículo desse senhor, vejo o quanto ele tem-se esforçado no seu trabalho
comunitário e em função do desenvolvimento do esporte amador em nossa Capital.
Também
gostaria de cumprimentar o Ver. Haroldo de Souza que denomina o recinto da
Usina do Gasômetro de Governador Synval Guazzelli. Recentemente, esse grande
homem público nos deixou e, efetivamente, é uma homenagem que esta Casa presta
ao ilustre rio-grandense que tantos e tão elevados serviços prestou à nossa
comunidade. É uma homenagem importante a um local também importante na Cidade.
Portanto, Ver. Haroldo de Souza, os meus cumprimentos pela oportuna e merecida
homenagem que V. Ex.ª está prestando à memória desse grande homem público.
Eu
gostaria também de analisar o Projeto do Ver. Adeli Sell, que denomina Rua
Perseu Abramo um logradouro no Bairro Nonoai. Eu verifico, pelo seu currículo
extenso, que esse senhor foi fundador do Partido dos Trabalhadores, editou o
jornal dos trabalhadores, foi um homem de Partido, um homem, efetivamente, que
podemos chamar de esquerda. Eu respeito a sua opinião, respeito esse imenso
currículo e nós - acho que posso falar pela nossa Bancada - não temos receios e
problemas ideológicos e, claro, também esperamos, em contrapartida, que não se
usem esses aspectos ideológicos para tentar impedir que Vereadores prestem
homenagens e denominem ruas com nome de pessoas respeitáveis como foi o
jornalista Perseu Abramo. Eram essas as observações sobre os Projetos em Pauta.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Ervino Besson
está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, senhores e senhoras que nos ouvem nas galerias e também as pessoas
que nos assistem pela TV Câmara, a minha saudação. Eu queria me deter em dois
Projetos que estão na 2ª Sessão de Pauta. O primeiro deles é de autoria do Ver.
Almerindo Filho, com Substitutivo do próprio Vereador, que autoriza a criação
do Programa de Aproveitamento de Materiais de Construção nas obras civis do
município de Porto Alegre. Portanto; o Ver. Almerindo Filho, em muito boa hora
entrou com esse Projeto, porque nós que acompanhamos alguns locais onde são
depositados os entulhos, temos notado a grande quantidade de materiais de
construção que poderão ser aproveitados. Muitas de nossas famílias pobres não
têm condições de construir, enfim, de recuperar as suas moradias, e muitos
desses materiais são colocado praticamente no lixo.
O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Ervino Besson, eu, na realidade, acho que a intenção é
muito boa, só não consegui ler no Projeto como será tornada realidade a
intenção. Não tenho como entender. Não sei se V. Ex.ª tem mais algum dado que
eu não tenho.
O SR. ERVINO BESSON: Eu também estou na linha de V. Ex.ª,
portanto eu não li a Justificativa do Projeto do Vereador, mas como V. Ex.ª já
se pronunciou no aparte, a idéia é muito boa. Agora, nós temos que ver a forma
como serão aproveitados esses materiais, porque, como já tinha dito nesta
tribuna, nós temos notado a grande quantidade desses materiais que são
colocados como entulhos e que poderiam ser aproveitados por muitas dessas
famílias que não têm sequer condições de trocar as telhas quando elas vêm a ser
danificadas por vendavais e coisas parecidas. Temos notado, ultimamente, grande
quantidade desse material colocado no lixo como entulho. Portanto, vamos
examinar com muito cuidado a idéia do Vereador, e, de repente, com algumas
Emendas nós podemos ajudá-lo de uma forma que esse Projeto venha ao encontro
daquilo que o Vereador se propôs, ao entrar com esse Projeto nesta Casa.
O
segundo Projeto, em 2ª Sessão de Pauta, é o Projeto do Ver. Raul Carrion, que
deu aqui nesta Casa algum desconforto, inclusive com o Ver. Adeli Sell.
Esperamos que os dois Vereadores - dois Vereadores de uma postura que
engrandece esta Casa, porque são dois Vereadores lutadores - cheguem a um
denominador comum e a um acerto, porque é um Projeto que vem ao encontro dos
anseios da comunidade. Há muito tempo que a comunidade está reclamando, onde há
essas concentrações.
O
Ver. João Bosco Vaz, na última Sessão, colocou algumas das suas idéias a
respeito do atrito que houve entre os dois Vereadores, mas é um Projeto que vem
ao encontro dos anseios de uma grande parcela da nossa comunidade,
principalmente nas nossas feiras livres, onde há concentração de público, onde
há comícios e onde a população tem uma enorme dificuldade de encontrar um
sanitário pela redondeza, e muitas vezes não consegue.
Portanto,
é um Projeto que vem sanar essa dificuldade e por isso necessita de urgência
para atender a nossa comunidade de Porto Alegre.
Aproveito,
Sr. Presidente, para agradecer ao Ver. Estilac Xavier, Líder da Bancada do PT,
pela forma cordial como tem atendido o pedido deste Vereador, e creio, também,
que os de todos os demais Vereadores desta Casa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Paulo Brum está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ontem
estivemos na inauguração do Shopping Bourbon Country. V. Ex.ª, Sr. Presidente e
a maioria dos Srs. Vereadores participaram de mais essa conquista da Cidade de
Porto Alegre, que o Grupo Zaffari está concedendo. É realmente um grupo gaúcho
que se firma dentro dessa proposta de engrandecer a Cidade.
Duzentos
jovens que vão trabalhar no Zaffari são oriundos do Projeto do Primeiro
Emprego, instituído pelo Governo Estado. Desses duzentos, vinte jovens são
portadores de deficiência e estarão lá trabalhando, no Bourbon Country.
Quando
comemoramos a Semana Estadual das Pessoas Portadoras de Deficiência,
reconhecemos a sensibilidade da família Zaffari, em poder aderir ao projeto do
Governo Estadual, proporcionando que vinte cidadãos, pessoas portadoras de
deficiência tenham sua inclusão social através do trabalho. Parabéns ao grupo
Zaffari, à família Zaffari, em especial à pessoa do Sr. Marcelo Zaffari, dos
meus queridos amigos Airton e Ivo, família esta que tem contribuído muito para
o engrandecimento da nossa Capital e do nosso Rio Grande.
Por
outro lado, salientamos que o Senhor Ministro da Educação Paulo Renato Souza
baixou a Resolução do Conselho Nacional de Educação, CNE, que institui as
diretrizes nacionais para a educação especial, na educação básica. Essa
diretriz diz que no ano de 2001 é facultativa a inclusão do sistema de educação
especial, mas, a partir de 2002, passará a ser obrigatória em todas escolas do
sistema nacional de ensino. Então, a partir de 2002, todas as escolas do ensino
básico terão a obrigatoriedade de incluir a educação especial nos seus
currículos.
Ainda,
para encerrar a Semana Nacional das Pessoas Portadoras de Deficiência, o
Ministro dos Transportes, Sr. Eliseu Padilha e o Ministro da Justiça, Sr. José
Gregori estarão no nosso Estado, na Assembléia Legislativa, no dia 31 de
agosto, sexta-feira próxima, às 15 horas, lançando oficialmente o passe-livre
interestadual. Essa, sem dúvida, é uma conquista das pessoas portadoras de
deficiência, desde a Constituição de 1988, e que nós agora estamos tirando do
papel, passando, de vez, esse benefício às pessoas portadoras de deficiência,
comprovadamente carentes do nosso País.
Então,
na próxima sexta-feira, estará sendo feito o lançamento oficial do passe livre
para as pessoas portadoras de deficiência do nosso Estado. As pessoas que
necessitarem poderão usufruir dele já a partir da próxima sexta-feira.
Os
Srs. Ministros estarão fazendo a entrega das primeiras carteiras do passe livre
interestadual às pessoas portadoras de deficiência que já fizeram a sua
inscrição junto ao Ministério dos Transportes.
Deixamos
aqui, também, o alerta ao nosso Governador do Estado para que faça o mesmo e
que aceite o Veto que foi derrubado pela Assembléia Legislativa do Estado,
instituindo, assim, no Rio Grande do Sul, o passe livre intermunicipal às
pessoas com deficiência que necessitam desse benefício.
Sr.
Presidente, nós fazemos esse registro para que conste nos Anais da nossa Casa.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Nereu D’Avila
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, nós temos diversos assuntos a tratar. Em primeiro lugar, nós não
poderíamos deixar de registrar - a Casa já se manifestou com um minuto de
silêncio - o pesar de toda a Bancada do PDT, da Casa, de resto, da comunidade
gaúcha, pela morte do nosso ex-colega, um dos mais antigos Vereadores, Dilamar
Machado, ex-Deputado, ex-Diretor do DEMHAB, radialista, homem de esporte, homem
de Carnaval, um eclético homem público, um grande amigo, um grande companheiro
que nos deixou, lamentavelmente.
Mas, esta Casa, em cedendo o seu espaço
nobre, seu Salão Adel Carvalho ao povo de Porto Alegre, onde acorreu uma
multidão aqui ontem, homenageou a nosso querido Dilamar Machado. A Bancada do
PDT, neste momento, ratifica as homenagens e externa seu orgulho por essa
ilustre figura do PDT ter pertencido a esta Casa Legislativa. O PDT honra-se de
tê-lo tido em seus quadros, que sempre serviu com honradez e dedicação.
Em
segundo lugar, até para fazer justiça, porque criticamos o Governo Fernando
Henrique Cardoso, criticamos atitudes do seu Governo, mas eu queria registrar,
para fazer justiça ao Presidente Fernando Henrique Cardoso - e o faço com
autoridade, porque sempre o criticamos - que lamentamos a atitude do seu
Ministro da Educação, Paulo Renato, que é gaúcho, e foi contra, e o Presidente
determinou o contrário, que é o que está prevalecendo: a cota - chamada Ação
Afirmativa - aos negros na entrada da universidade.
Queremos
dizer que, primeiro, o PDT tem autoridade moral, porque sempre prestigiou os
negros. O Sr. Leonel Brizola, o próprio Collares, o qual é de cor negra, o
Leonel Brizola, no Rio de Janeiro mesmo como Governador, sempre prestigiou. O
PDT, que tem como um dos seus quatro objetivos principais, a mulher, o negro, o
trabalhador e o índio, também privilegia, sempre, o negro.
Este
Vereador tem uma iniciativa nesta Casa, onde, cinco anos atrás, preconizava
esta cota para os negros no serviço público, que agora o Ministro foi contra e
o Presidente autorizou. Na Conferência Internacional, na África, de 30 de
agosto a 06 de setembro - é a segunda conferência contra o racismo, contra a
exclusão racial - que vá no documento do Governo Brasileiro a inclusão nas
universidades e percentual para os negros. É uma conquista enorme de todos
aqueles que querem no discurso e na prática a inclusão, não só dos negros, mas
de todas as minorias raciais. Já existem outras ações afirmativas. Aliás, esse
termo “Ação Afirmativa” foi do Presidente Kennedy, em 1960, quando autorizou
nas universidades americanas a cota para os negros.
Vejam
que nos Estados Unidos teve uma Guerra de Secessão em relação ao povo negro. É
uma conquista importante no Brasil a que a mídia tem-se dedicado ultimamente, e
em que o PDT é precursor, não só no discurso, mas na prática. Isso porque,
segundo dados oficiais, há menos de 2% de negros nas universidades do Brasil. É
algo fantástico!
Ontem,
por exemplo, muitos Vereadores desta Casa compareceram à inauguração de grande
repercussão em Porto Alegre, do Bourbon, do Grupo Zaffari, a quem saudamos,
porque temos de prestigiar aquilo que é nosso, família nossa, gente nossa,
gaúcha, que vieram como tantos outros de descendência italiana, alemã ou
polonesa, para irmanar-se a nós do Rio Grande para compor a riqueza deste
Estado.
Hoje
os supermercados estão dominados por esse grupo português funesto, chamado
SONAE, e pelo Carrefour, que é francês. Ontem, com orgulho, comparecemos à
inauguração do Bourbon Zona Norte, do Grupo Zaffari, e no meio de quase cinco
mil pessoas eu não vi um negro ou negra.
A
política das cotas, chamada “Ação Afirmativa”, é sim, uma conquista a favor dos
excluídos, porque eles ainda estão nos porões dos navios negreiros; é
necessário que se retire a tampa, que os coloque nas universidades e lhes dê
oportunidade de trabalho nos concursos públicos, porque, senão, a escravidão
ainda não estará complemente assegurada neste País.
Com
todo o respeito aos demais partidos, a quem, chamados para a solidariedade a
essa proposta - que será levada em nome do Brasil à África - que se unam a nós
do PDT, porque nós sempre preconizamos isso, e está nos princípios basilares do
nosso programa partidário prestigiar as minorias raciais, não prestigiar o
discurso, mas a prática. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Luiz Braz está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver.
Nereu D’Avila acabou de sair da tribuna e disse que ontem, na inauguração do
Bourbon, não viu nenhum negro. Eu sou considerado dentro da sociedade, um homem
negro e estava lá, e o Alceu Collares também estava e ocupando a posição
principal, junto com todas as autoridades.
Eu
quero, nesta Comunicação de Líder, iniciar saudando a memória do ex-Vereador
desta Casa, Dilamar Machado. Quando da minha chegada, aqui, em Porto Alegre, há
vinte e sete anos, o Ver. Dilamar Machado ainda não era Vereador, nem Deputado.
Ele fazia um programa na Rádio Farroupilha, e foi ele quem acabou encaminhando
a nossa contratação pela Rádio Farroupilha, quando a Rádio ainda era das
Emissoras Associadas. Depois estivemos, aqui, nesta Casa, com ele no PDT; nós,
inicialmente, no PMDB; depois, no PTB. Tivemos algumas divergências, algumas
convergências, mas ele era um homem a quem aprendi a admirar. Estabelecemos uma
amizade que transbordou da pessoalidade, e isso sensibilizou nossos familiares
e assim tivemos uma amizade maior do que aquela construída lá na fase inicial.
Mas
eu também quero opinar, com relação a esse tema que o Ver. Nereu D'Avila trouxe
aqui à tribuna, que é exatamente sobre a reserva de lugares em universidade
para os negros. Já me manifestei várias vezes que sou absolutamente contrário a
essas reservas. Penso que não temos de reservar nada. E as reservas que foram
tentadas, muitas vezes, e conseguidas, pelas mulheres, de ter uma quota para
elas, ter uma quota aos homossexuais, etc., penso que isso apenas discrimina a
pessoas, não as exalta. Quando chega o segmento das mulheres nesta Casa, dizem
que chegaram porque havia uma reserva de quotas.
O
que acredito que tem de ser feito, e acredito que seria muito positivo, é nós
melhorarmos o ensino básico, fazermos com que negros, brancos, cor-de-rosa,
morenos, todos eles pudessem ter acesso uma boa escola. Se todo o mundo pudesse
ter acesso a uma boa escola no ensino básico, tenho certeza absoluta de que a
seqüência disso tudo iria levar, tanto o negro quanto o branco, mulheres e
outros segmentos, para os cursos superiores sem que tivéssemos discriminação e
sem que precisasse haver essa reserva. Acontece que hoje a maioria das escolas
públicas, que ministram o ensino básico, são extremamente ruins. Como o negro
ocupa a periferia da cidade, quase que na sua maioria, e 80% deles estão
entregues à pobreza, não conseguem ir para escolas melhores. Como não conseguem
ir para escolas melhores, não conseguem disputar, também, lugares melhores,
porque são obrigados a ter essa porcaria de ensino público, que é cada vez
pior, e não se formam em nada.
Agora,
não é justo que, por causa desse problema que acontece lá no início das nossas
vidas, vão abrir espaço especiais. Acho isso demagógico, porque vamos formar
maus profissionais, e temos de reforçar a idéia de melhorar o ensino básico
para que todos possam ter acesso a uma melhor educação. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para um Requerimento.
O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente, esta semana marca o fato
histórico, cívico e de grande repercussão na vida do nosso País, especialmente
do nosso Estado, que foi a célebre Campanha da Legalidade. Ela é tão importante
que eu digo que a Legalidade está para os gaúchos e para o Rio Grande assim
como a Revolução de 1932 está para o Estado de São Paulo, a Revolução
Constitucionalista.
Sempre
os movimentos sociais, a exemplo da Legalidade, têm sobre si uma marca, que é
uma grande música. O Movimento da Legalidade tem uma grande música. Gostaríamos
de requerer, como homenagem desta Casa - independentemente da Sessão Solene que
esta Casa realiza amanhã, por iniciativa do Ver. Humberto Goulart - que o
serviço de sonorização procedesse à execução do Hino da Legalidade, composto
por Paulo César Peréio, um gaúcho, artista desta Cidade, deste Estado. Muito
obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Deferimos o Requerimento. Solicitamos a execução do Hino da
Legalidade.
(Executa-se o Hino da
Legalidade.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
A Ver.ª Clênia Maranhão
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, inicialmente, saúdo a presença das lideranças comunitárias do
Jardim das Palmeiras que trazem a esta Casa solicitação - a qual já encaminhei
ao Presidente da Comissão de Saúde Ver. Pedro Américo Leal - denunciando uma grave
decisão da Secretaria de Saúde, tendo em vista que aquela comunidade é atendida
por um eficiente posto de saúde, que consta hoje com um atendimento à
comunidade daquela Região, por intermédio de dois pediatras, dois clínicos, um
ginecologista, duas enfermeiras e duas auxiliares de enfermagem. Houve uma
comunicação à comunidade a qual deixou todos absolutamente impressionados e
indignados. É uma decisão que deverá ser tomada, caso não haja uma pressão
efetiva do Parlamento e da comunidade, uma decisão da Secretaria de Saúde no
sentido de reduzir essas equipes médicas e de profissionais da área da saúde
para apenas um profissional. Se há uma coisa que funciona bem na área de saúde,
ela tem de ser incentivada, acrescida e apoiada.
Portanto,
é uma decisão incompreensível que coloca a comunidade em mobilização na defesa
dos seus livres direitos e na defesa de uma questão fundamental, que é a saúde
da população.
A
segunda questão que trago se refere à preocupação da maioria dos
porto-alegrenses que, hoje, têm de passar pelo Viaduto da Av. João Pessoa e que
estão sofrendo graves prejuízos pelo tipo de procedimento tomado com relação à
conservação e às modificações daquele Viaduto, que, na avaliação de vários
técnicos, com os quais conversamos, não precisaria ter sido feita da forma como
foi feita, inviabilizando o conjunto do trânsito naquela região. O prazo
estabelecido para isso é um prazo considerado absolutamente inadequado por
todas as pessoas com as quais conversamos.
Eu
queria me reportar, além dessas duas questões gerais do Município, a um debate
que já foi feito, aqui, pelos Vereadores Nereu D’Avila e Luiz Braz, até por que
todos os Vereadores sabem que eu estou tendo a honra e o privilégio de
representar esta Casa, e viajo amanhã de manhã na condição de delegada desta
Câmara para a Conferência Mundial Contra o Racismo, em Durban, na África do
Sul. Creio que esse debate é fundamental, porque toda a sociedade brasileira
tem acompanhado a posição que tomou o Governo brasileiro, no seu documento
oficial que coloca para as universidades, da necessidade da criação de uma cota
de uma “Ação Afirmativa” no sentido de reparar o dano histórico que se tem
construído neste País contra a população afro-descendente brasileira.
Experiências
de outros países como, por exemplo, os Estados Unidos, a partir da década de
60, demonstram que as ações afirmativas assinaladas por uma Lei, - naquele
momento assinada pelo Presidente Kennedy - foi um instrumento fundamental para
a mudança da representação racial nas universidades. Os dados do IPEA
demonstram que entre os setores excluídos, considerando a questão de raça, os
afro-descendentes constituem a parcela mais pobre, a parcela majoritária dos
indigentes brasileiros. É uma questão histórica, é uma questão estrutural sobre
a qual nós não podemos apenas constatar, mas temos de ter efetivas políticas
públicas, ações pontuais, imediatas e reparadoras, para enfrentar a questão do
preconceito e da discriminação que é real no Brasil, e que às vezes é difícil
de ser enfrentada por uma falsa versão da não-existência do preconceito. Todos
aqueles que têm origem nas etnias minoritárias deste País, quer seja das
populações indígenas ou dos afro-descendentes, sabem muito bem o que significa
para sua vida a possibilidade de viver em um País branco e adulto.
E
para concluir, Sr. Presidente, eu queria dizer às Sr.as e aos Srs.
Vereadores, que estou protocolando, nesta tarde, um Projeto nesta Câmara que
trata de uma afirmação de uma ação reparadora, estou colocando para apreciação
dos Srs. e Sr.as Vereadoras, um Projeto de Lei que procura reparar
hoje a representação dos afro-descendentes nas propagandas oficiais do Município
de Porto Alegre. Isso é uma realidade nacional admitida até pelo próprio
Ministro da Cultura. Mas, a nossa ação, como Vereadora, poderá ser de uma
contribuição para reparar isso. Estou propondo que, em todas as propagandas oficiais, em todas as publicidades
oficiais do nosso Município, o percentual de personagens ali apresentados seja
de, no mínimo, 25% das populações afro-descendentes. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores. Uma referência triste, evidentemente, e outra auspiciosa. A
referência triste, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, é o
perdimento de um político, que foi Deputado Estadual, Vereador da Cidade de
Porto Alegre e Presidente da Casa, nosso querido amigo, inesquecível Dilamar
Machado. Talentoso, inteligente, uma presença de espírito magnífica, professor
universitário, advogado.
Nós
queremos aqui - já o fizemos à família durante o sepultamento do Dilamar, em
nome do Partido Trabalhista Brasileiro, do qual ele participou historicamente,
antes da extinção do velho PTB, participou como Vereador do PTB - deixar
registrado em nosso nome, em nome da nossa família, em nome de todos os
integrantes do PTB, a nossa dor pela perda dessa bela figura que era o Dilamar
Machado. Jornalista, homem sensível, com grandes audiências em todos os
programas que apresentou no rádio, entre outras qualidades. Então, fica, aqui,
esse registro que fazemos, que não gostaríamos, jamais, de fazer, pela perda
que Porto Alegre, de resto, o Estado, e a sociedade tem externado aos seus
familiares, as nossas dores e as nossas condolências.
A
notícia auspiciosa que queremos referir é a inauguração do Shopping Bourbon que
ocorreu, ontem, em Porto Alegre, reunindo e realizando um show cultural, Vereador-Presidente, V. Ex.ª que estava lá, Ver.
Carlos Alberto Garcia, oportunidade em que assistimos à Bibi Ferreira cantando
o Hino Nacional e com apresentações do Coral da PUC. Um acontecimento
magnífico! Eu dizia a um dos integrantes da família do Zaffari: “Olha, eu quero
cumprimentar o Grupo por várias razões e por vários fatores, mas,
principalmente por um, a arquitetura, a beleza estética dos prédios dos shopping Bourbon-Zaffari, pois estão
contribuindo com a qualidade estética da Cidade.” O prédio é um monumento arquitetônico,
a meu juízo, localizado naquela região, nas proximidades do Shopping Iguatemi.
É uma obra de arte arquitetônica, porque é extremamente estético e belo,
internamente conservando aquelas linhas produzidas pela arquitetura. É
importante para a Cidade ter prédios com essas configurações, porque isso dá
beleza para a Cidade, isso contribui para o patrimônio estético da Cidade, para
o patrimônio cultural da Cidade. Então queremos, aqui, em nome da Bancada do
PTB, do Ver. Líder Cassiá Carpes e do Ver. Haroldo de Souza, cumprimentar esse
magnífico empreendimento econômico, importante, mão-de-obra de uma família e,
ainda, nós queremos dizer que os Zaffari são uma família que dignificam Porto
Alegre e o Estado, pelas suas lutas, pelos seus trabalhos fazendo
empreendimentos dessa grandiosidade. Então, queremos consignar, o
reconhecimento, a saudação da Bancada do PTB a esse empreendimento que a Cidade
passou a ter a partir de ontem. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Sr. Beto Moesch está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, o que nos traz à tribuna, em nome do Partido Progressista
Brasileiro - PPB, é a notícia, já destacada pelas rádios e hoje destacada pelos
jornais, que é justamente “utilizar uma área de 150 metros de extensão por 2
metros de largura ao longo da calçada do Parque Farroupilha”. A Redenção -
talvez não - é um dos maiores patrimônios, dos mais bem quistos dos
porto-alegrenses, já estabelecido até em pesquisa nos locais mais freqüentados
pelos porto-alegrenses.
É
claro que nós sabemos que os viadutos, as chamadas obras de artes, precisam ser
reformuladas, aliás, quando o Ver. João Antonio Dib foi Prefeito reformulou o Viaduto
Conceição sem trazer nenhum tipo de transtorno para o trânsito, ao contrário do
que está ocorrendo ali no Viaduto Imperatriz Leopoldina. O que se adota mais
uma vez pela Prefeitura de Porto Alegre é a política dos carros em detrimento
dos pedestres e agora em detrimento dos pedestres e de um Parque. Então, toda
aquela política e todo aquele discurso condenando o Governo Federal de
estimular o uso dos carros, é justamente isso que é estimulado pela Prefeitura
de Porto Alegre.
Nós
não temos como aceitar que, para resolver o problema de trânsito, mesmo que de
forma provisória - entre aspas, porque são seis meses, vai ano que vem adentro
- se tire 2 metros por 150 metros do Parque Farroupilha para que ali transite
carros. Não é uma política ambiental correta. Aliás, o Secretário Municipal de
Meio Ambiente, que já autorizou essa obra, premiou, por intermédio desta
Câmara, o Dairel por subir numa árvore para evitar que fosse retirada. A árvore
está até hoje lá e o Projeto foi alterado. Mas, parece que hoje, isso não tem
mais sentido, porque a III Perimetral, por exemplo, não foi, em nenhum momento,
alterada para retirar quase três mil árvores e não apenas uma, que foi a do
Dairel. Por que o discurso é um e a prática é outra?
Eu
quero, portanto, ler a Lei nº 2.185, que diz: (Lê.) “(...) Fica proibida
qualquer nova construção na área pertencente ao Parque Farroupilha...”
Portanto,
é ilegal, e não é por menos que, neste momento, o Conselho Municipal do Meio
Ambiente, que é o órgão deliberativo máximo para essas questões, está debatendo
esse problema e, após, levará uma representação ao Ministério Público para que,
além desta Lei, a 2.185, que proíbe qualquer alteração material no Parque
Farroupilha, todo o dispositivo da Lei Orgânica do Município seja atropelado.
Por
isso, o nosso apoio aos membros do Conselho Municipal do Meio Ambiente, que
estão tentando evitar essa prática totalmente incoerente, que vai, totalmente,
contrária aos princípios básicos de uma política ambiental. E, aliás, hoje nós
estaremos representando esta Câmara no Congresso Nacional sobre os vinte anos
da Política Nacional do Meio Ambiente. Ora, o discurso em favor do meio
ambiente dos nossos parques tem de se dar também na prática. Nós não podemos
aceitar que, para solucionar um problema de trânsito, se sacrifique o Parque
Farroupilha - o Parque da Redenção - ou qualquer área de lazer, qualquer área
de pedestre ou qualquer área remanescente de fundamental importância para a
qualidade de vida dos porto-alegrenses, para o seu entretenimento. Isso não é
admissível!
Portanto,
queremos coerência ou então nós teremos de ver um discurso também favorável ao
Governo Federal, que, assim como o Municipal, favorece o uso do automóvel em
detrimento dos pedestres. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Valdir Caetano
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, pessoas que nos acompanham nos seus lares pela TV Câmara, senhoras
e senhores presentes neste Plenário. Uso o tempo de Liderança do meu Partido
para falar sobre um assunto que, realmente, é preocupante, sobre o tabagismo, e
parabenizar esta iniciativa de “O Dia de Parar de Fumar.”
Trago
alguns dados sobre danos que o cigarro tem trazido às pessoas, enfim, à
sociedade. São dados que foram publicados no jornal O Sul, de segunda-feira e
no Diário Gaúcho de hoje, que dizem “que o cigarro mata mais de trezentas
pessoas por dia no Brasil. Superando o número de mortes por AIDS, acidentes de
trânsito e assassinatos.” São dados da Organização Mundial da Saúde, Ver.
Ervino Besson, que me honra com sua atenção: o cigarro tem causado mais mortes
do que a AIDS, acidentes de trânsito e assassinatos! Quero fazer esta
manifestação, parabenizando todas iniciativas que vierem em benefício da
orientação, de incentivo para que as pessoas deixem de fumar.
Aproveito
para dizer que, em meio a tudo isto, vemos que, de forma bem camuflada, ainda
temos pessoas que falam em liberação de outros tipos de droga, já que o fumo
também é uma droga.
Estes
dados dizem que a população gaúcha é a que mais sofre com câncer de pulmão. 90%
das mortes causadas por câncer no pulmão têm relação com o hábito de fumar. São
dados alarmantes! Dizem ainda os dados que, em 2001, poderão morrer seiscentas
e quarenta mulheres e um mil e oitocentos e trinta homens em conseqüência de
câncer do pulmão por causa do uso do cigarro.
Em
1970, em cada cigarro, eram constatadas 80 substâncias tóxicas, sendo 36 delas
causadoras de câncer. Senhores, o cigarro é, realmente, um malefício para a
nossa população. Por isso, faço uso do tempo de Comunicação de Líder do meu
Partido, e quero aproveitar para sugerir que as pessoas estejam, também,
irmanadas às iniciativas dos shopping, do
Hospital das Clínicas, dos jornais e das dicas que estão sendo dadas por toda a
Cidade para que as pessoas tenham, principalmente, força de vontade e deixem
esse hábito que tantos malefícios tem causado à nossa saúde. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Raul Carrion está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, eu vou fazer uma manifestação rápida em torno de dois assuntos
principais.
Primeiro,
nós queremos prestar a nossa homenagem ao Ver. Dilamar Machado, que teve o seu
passamento no dia de ontem, companheiro de luta com quem tivemos a oportunidade
de conviver na Legislatura 93/96, quando aqui estivemos - nos primeiros três
anos de mandato, como suplente e, no quarto ano, assumindo definitivamente o
mandato. Já o conhecíamos de antes como homem coerente, democrata. Um homem
que, no período da ditadura, sempre foi um grande defensor dos direitos humanos
e que demonstrou toda a sua capacidade e seu empenho nesta Casa.
Manifestamos
nossos sentimentos ao PDT, Partido ao qual ele era filiado.
Queremos,
num segundo momento, fazer uma referência a dados, hoje apresentados na
imprensa nacional e estadual, extremamente graves, onde constatamos que a nossa
dívida pública - que, em junho, já era de 619 bilhões, 441 milhões de reais -
no prazo de um único mês, saltou para 641 bilhões, 292 milhões de reais.
Essa
dívida - que é uma bola de neve - já atinge 52,5% do PIB. Se considerarmos
juros mensais na faixa dos 15%, nós chegaremos ao final do ano com mais de 700
bilhões de reais de dívida pública!
Os
dados também nos mostram que, nos últimos doze meses, pagamos de juros 105
bilhões, 161 milhões de reais. E chamo a atenção que não estamos pagando o
principal da dívida, só os juros. Para isso, se projeta um superávit primário,
para este ano, de 40 bilhões e 200 milhões de reais. (Já acumulamos 33 bilhões
e 100 milhões até julho). E o superávit primário - é interessante que prestemos
atenção - corresponde ao que sobra, depois de pagar todo o funcionalismo
federal, todos os investimentos e todo o custeio da máquina pública. Por isso
nós temos o arrocho salarial e a greve dos federais. Hoje sobram 33 bilhões. E
por que tem de sobrar? Porque há de se pagar o juro da dívida. E como o juro da
dívida previsto será de 110 bilhões (ou mais) ao ano, todo o superávit primário
- obtido em cima da miséria, da falta de saúde, da falta de educação e da falta
de habitação - só pagará quatro meses dos juros. Os outros oito meses serão acrescidos
na dívida interna, que irá aumentar ainda mais.
Para
superar esse quadro é necessário dar um novo rumo para o Brasil! Sem isso é
muito difícil encontrarmos a solução para os nossos problemas; é claro que
também temos de cobrar soluções dos governos estaduais e municipais, mas, em
primeiro lugar, é preciso deter essa sangria, encontrar um novo rumo para o
Brasil. Para isso é necessário uma grande unidade das forças que se opõem ao
projeto neoliberal no próximo ano; unidade essa que tem de englobar os principais
partidos e as principais lideranças de oposição. O PC do B trabalhará em todo o
Brasil para que essa unidade se concretize. Já avisamos que, na próxima
sexta-feira, faremos um pronunciamento sobre a questão: os novos rumos para o
Brasil e a questão da unidade das forças de oposição ao projeto neoliberal,
para que posamos construir este novo País. Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. NEREU D’AVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, esta Casa, ontem, cedeu
suas dependências para o velório do ex-Presidente, ex-Vereador e ex-Deputado,
nosso grande companheiro, Dilamar Machado. Eu queria dizer que a Bancada do PDT
vai encaminhar um documento a V. Ex.ª, o qual, evidentemente, será submetido
aos demais pares, mas tenho certeza de que será acolhido, sugerindo que o Salão
Nobre da Presidência, futuramente seja designado de “Salão Nobre Dilamar
Machado”, já que ele foi Presidente, ajudou na construção deste prédio. Lembro
que a rampa, que hoje é acesso tradicional dos porto-alegrenses a esta Casa,
foi feita na sua gestão. Portanto, queria comunicar isso a V. Ex.ª como mais
uma homenagem ao ex-Vereador e grande companheiro, inclusive pessoalmente de
nós, V. Ex.ª e eu, do Sport Club Internacional.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Esta Presidência aguardará o documento
por escrito, mas já, antecipadamente, cumprimenta V. Ex.ª pela iniciativa, pela
justiça da homenagem ao Vereador, amigo e companheiro Dilamar Valls Machado.
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu pretendia enfocar
outro assunto, e o farei, mas não posso, neste momento em que a Liderança do
PDT, informalmente, coloca essa solicitação à Presidência da Casa, a qual
certamente será formalizada devidamente, deixar de registrar que as homenagens
não serão somente do PDT, e sim de todo o Legislativo, especialmente daqueles
que conviveram com o Ver. Dilamar Machado durante o período em que ele passou
aqui na Casa, quando, obviamente, deixou marcada a sua presença como Presidente
da Casa e, sobretudo, como um companheiro muito leal e muito combativo.
O SR. RAUL CARRION (Questão de Ordem): Queremos parabenizar o Ver. Nereu
D'Avila, pela iniciativa, e dizer que a Bancada do PC do B a ela se solidariza.
O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento):Venho a este microfone, Sr. Presidente,
para requerer a V. Ex.ª, nos temos regimentais, que me seja concedido o Período
Especial, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, para que eu
possa fazer um relato à Casa da incumbência que recebi de V. Ex.ª para
representar este Legislativo na solenidade de entrega do Prêmio Gerdau “Os
Melhores da Terra”, ocorrido ainda no dia de hoje. Com muita honra representei
este Legislativo na ocasião.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Vereador nós podíamos fazer um acordo
sobre o tempo a ser utilizado por V. Ex.ª. Vai ser concedido, conforme o art.
94 da Lei Orgânica Municipal, o Tempo Especial de 5 minutos, acreditamos ser
tempo suficiente para que V. Ex.ª possa fazer o relato à Casa sobre a
representação que fez.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, gostaria de passar uma
informação ao Plenário e também fazer um convite aos demais Vereadores e
Vereadoras: amanhã às 14h30min, nesta Casa, a Comissão que presido, Comissão
dos Direitos Humanos e Direitos do Consumidor, fará uma Audiência Pública para
analisar inúmeras denúncias contra a Telefônica Celular, Claro Digital, CRT
Brasil Telecom. Estarão aqui representantes da ANATEL, Ministério Público,
SINTEL e PROCON.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Interrompendo, Vereador, passo-lhe um
documento que informa que a representação da ANATEL está viajando, por isso não
virá; pede a sua Comissão que possa agendar uma nova data, porque ele estará em
Brasília.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Nós já conversamos com a ANATEL, virá um
representante, não o Presidente local. Então quero fazer um convite a todos os
Vereadores que estejam interessados em debater e analisar essa situação, que é
de interesse de todos os consumidores, não só de Porto Alegre como de todo o
Rio Grande do Sul, que serão bem-vindos com a sua participação, amanhã, às
14h30min, nesta Casa.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Lembramos a todos que trata-se de uma
iniciativa da CEDECONDH, e não da Câmara Municipal.
Aproveitando,
comunicamos a todos os Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras que, na
sexta-feira, inicia-se, tradicionalmente, a Semana da Câmara, uma semana
dedicada a atividades culturais e sociais. Teremos a Sessão Solene em homenagem
à Semana da Câmara, e convidamos todos os Vereadores, Vereadoras,
principalmente, todos os funcionários da Casa, cargos em comissão, funcionários
efetivos, funcionários cedidos, enfim, aqueles que dão andamento às atividades
desta Casa, para que, na sexta-feira, às 08h30min, tomem um “Café da Manhã” que
será servido para confraternização.
O
Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nesta
semana teve desfecho algo que começou na semana passada, algo que movimentou
todo o Brasil: refiro-me, especificamente, ao seqüestro da filha do empresário
Silvio Santos. Muitos poderiam perguntar: “Mas o que o seqüestro da filha do
empresário tem a ver com o assunto aqui da Câmara Municipal?” No ano passado,
este Vereador ingressou com um Projeto de Lei, e foi aprovado, relativo à
questão do cadastro único para telefone celular. Este ano está tramitando nesta
Casa o cadastro único para o telefone celular pré-pago, que é uma grande
discussão nacional. Quero parabenizar a CEDECONDH, que vai proporcionar uma audiência
pública a respeito disso, nesta Casa. O Governo do nosso País não quer assumir
o ônus de ter o cadastro único dos telefones celulares pré-pagos.
Com
relação à filha do empresário Silvio Santos, quando ela foi seqüestrada, os
seqüestradores deixaram na residência um telefone celular, por intermédio do
qual era feita a comunicação. Qual era esse telefone? Era o telefone celular
pré-pago, no qual há dificuldade de identificar as chamadas.
Fazendo
um histórico, trazendo algumas lembranças à população da nossa Cidade: o
recente episódio da rebelião de um presídio em São Paulo, do PCC, que hoje
mobiliza, praticamente, todas as cadeias do nosso País. No movimento do PCC, a
interlocução entre os presidiários com as diversas cadeias e com o meio externo
se dava por intermédio de telefone celular pré-pago com origem
não-identificada.
Vamos
lembrar também de um grande episódio que mobilizou o povo brasileiro,
especificamente o do Juiz Nicolau que fez um desvio de 169 milhões de reais dos
cofres públicos. Qual o telefone que o Juiz Nicolau e sua família usavam para
se articularem durante o tempo em que ele esteve no cativeiro? Telefone celular
pré-pago. O que este Vereador está sugerindo, e já o fizemos de maneira
pioneira, no ano passado, para o nosso País, é trazer, também de maneira
pioneira para o nosso País, agora, o telefone celular pré-pago. Hoje os
vendedores de telefones celulares concordam com essa iniciativa, porque
entendem que, quando alguém for comprar um telefone, tem de se identificar e
ter a sua origem, para que possamos, em um determinado tempo, se necessário,
fazer um rastreamento e saber qual a origem das ligações. Nós não conseguimos
entender ainda por que a resistência do Governo Federal em elaborar esse
cadastro único. Sabemos que é perfeitamente viável.
Hoje,
em nosso País, existem 26 milhões de telefones celulares e, aproximadamente,
desses 26 milhões, 14 milhões são telefones pré-pagos, ou seja, telefones que,
de uma forma ou outra, não se consegue fazer um rastreamento, se houver a necessidade,
e isso está fazendo com que cada vez mais possa proliferar a questão do roubo,
do assassinato, do latrocínio, de seqüestros que estão assolando o nosso País.
Portanto, este Vereador vai incentivar os demais Vereadores a que façamos essa
discussão, aqui, nesta Casa, para que possamos ver o nosso Projeto ser aprovado
o quanto antes, para que, mais uma vez, a Câmara Municipal de Porto Alegre seja
modelo para o Brasil e para que Porto Alegre possa firmar um cadastro único,
que todo o território nacional precisa e exige, a fim de que fatos como esse do
seqüestro que aconteceu na semana passada, como os fatos que ocorreram nos
presídios brasileiros, como o fato de o juiz Nicolau ter desviado 169 milhões
de reais possam ser erradicados do nosso País. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, primeiro, eu queria registrar a nossa solidariedade com a Bancada
do PDT, os seus Vereadores, do seu Líder, Ver. Nereu D’Avila, as condolências
pelo passamento do ex-Deputado e ex-Vereador Dilamar Machado, que também foi
membro desta Casa. Associamos nossas condolências aos familiares e amigos do ex-Vereador.
Oportuno,
Sr. Presidente, que se coloque neste momento, também, um rápido registro
histórico sobre a Campanha da Legalidade, Movimento que, em 1961, tentou
garantir, e garantiu, que se cumprisse a Constituição com a posse do então
Vice-Presidente da República, João Goulart, após a renúncia do Presidente Jânio
Quadros. Presidente que renunciou em menos de um ano, com motivos, até hoje,
não muito esclarecidos, mas que a consciência nacional estabelece como uma
idéia de rompimento com a ordem democrática, talvez, poderes concentrados em
suas mãos, mas que teve, aqui no Rio Grande do Sul, a participação ativa do
então Governador Leonel Brizola, de figuras ilustres e eminentes que, hoje, nos
honram como colegas, o Ver. Pedro Américo Leal, o nosso, até há pouco tempo,
colega, o ex-Vereador Lauro Hagemann e uma geração de pessoas que conviveram
com esses episódios, quando se tentou e se garantiu, a partir da mobilização
social e popular – mesmo com as divergências e os conflitos que sempre ocorrem
nestes momentos - a posse do Presidente da República, embora com medidas
mitigatórias constitucionalmente, como foi o caso do Parlamentarismo, dois anos
depois rejeitado no Plebiscito de 1963, que gerou uma conturbação nacional que,
após, pelas reformas de base, deu curso ao conflito ideológico que havia na
bipolarização mundial entre os países do leste e os países ocidentais,
liderados pela União soviética e Estados Unidos, ao chamado regime de exceção
ou regime militar.
Quando
se fala na Legalidade - e se fala no País - lembra-se do papel do Exército
nesse processo todo, da contribuição que o Exército deu em 1930, com a idéia de
nacionalidade, quando se construía um país com desenvolvimento industrial
próprio; quando o Exército entra, de novo, em curso na questão de 1945, com a
redemocratização do País, logo depois da vigência do Estado Novo; quando surge
o Exército, em 1964, com o regime de exceção e seus vinte anos de existência.
Hoje,
voltadas às questões condicionais e nós, aqui, falando da Legalidade e homenageando
o Ver. Dilamar Machado, temos também de fazer um registro, que é a forma como o
nosso País e a sua soberania começam a ser ameaçadas. Falo da investida da
ALCA; falo do cerco que se faz ao Brasil com as bases americanas, a título de
combate ao narcotráfico, a tentativa do desvio ou de utilização das forças
armadas para ações que não sejam a da proteção nacional. A questão do combate
ao narcotráfico para a questão do uso da criminalidade, que eu acho que não
pode ser colocado. Eu falo desta excrescência nacional que é a base do Centro
de Lançamento de Alcântara, onde nenhum brasileiro, dentro do território do
Maranhão, dentro do território nacional, nem o Presidente da República, ninguém
de nós tem acesso aos que entram e aos que saem. Localizada na linha divisória
do Equador, uma base de lançamento de foguetes que é estratégica, porque há
economia dos combustíveis em 30%.
Tudo
isso nos faz refletir, Sr. Presidente, na memória de Dilamar Machado; do
Movimento da Legalidade pela Constituição; pelas figuras que, independente dos
papéis que cumpriram, viveram esse momento histórico; me faz lembrar este
momento no País, onde nós temos encravado em território nacional uma base
chamada Centro de Lançamento de Alcântara, onde os brasileiros, o Presidente da
República e nenhuma instituição tem acesso.
Isso
é uma reflexão para esta Casa fazer no momento importante que é o da
comemoração da Campanha da Legalidade, ficando aqui o nosso abraço
principalmente aos trabalhistas e colegas da Bancada do PDT. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Atendendo a solicitação, concedemos ao
Ver. Reginaldo Pujol, Tempo Especial, nos termos do art. 94, § 1º, alínea “g”
do Regimento, para relato, em representação da Presidência, na solenidade de
entrega do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, hoje, pela manhã.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, recebi de V. Ex.ª, ontem
à tarde, a incumbência de representar este Legislativo na Solenidade ocorrida
no Município de Sapucaia de entrega do Prêmio Gerdau Melhores da Terra a várias
empresas industriais e comerciais que têm-se destacado e fizeram jus a esse
galardão, que há 19 anos está incentivando a indústria de máquinas e
implementos agrícolas.
É
evidente que esta incumbência eu recebi em uma tarde nada agradável para esta
Casa na medida em que, e juntamente com todos os integrantes de sodalício,
prestávamos as derradeiras homenagens ao nosso ex-companheiro de trabalho,
ex-Presidente desta Casa, o Ver. Dilamar Machado. Naturalmente que, Sr. Presidente,
mesmo chocado por esse fato, tivemos muita honra de representar o Legislativo
da Cidade, nesse ato, que tinha o patrocínio, não só do Grupo Gerdau,
responsável, desde 19 anos passados, pela realização dessa premiação, como
também do próprio Governo do Estado do Rio Grande do Sul, que se somava a essa
iniciativa numa integração entre as atividades governamentais e as que, na
livre iniciativa, procuram destacar os aspectos positivos do Rio Grande do Sul,
especialmente no que diz respeito à produtividade e, sobretudo, às ações
destinadas a dar, não só ao Rio Grande como ao País, um novo estágio, um upgrade em termos de tecnologia no
aproveitamento da terra, que tem sido, ao longo do tempo, a característica
basilar e tradicional do Rio Grande do Sul.
Hoje,
entre várias premiações que lá ocorreram, Ver. Pedro Américo Leal, quero
destacar sobremaneira, uma homenagem que foi prestada a uma empresa de Porto
Alegre, da nossa Cidade. A Empresa Dryeration Indústria, Comércio e Projetos
Ltda. que num projeto pioneiro de secador de sementes, o que parece um paradoxo
da Cidade de Porto Alegre, que é uma Cidade de indústria, de comércio e de
prestação de serviço, se desenvolva um projeto de secador de sementes que foi
destacado pelo Prêmio Gerdau e que, naturalmente, merece os nossos encômios e a
nossa louvação. Na oportunidade, tive ensejo de transferir ao Dr. Jorge Gerdau
Johannpeter, dirigente do Grupo Gerdau e ao Dr. Miguel Rosseto, Vice-Governador
do Estado, que ali representava o Sr. Olívio Dutra, os cumprimentos desta Casa
que busca, de todas as formas, estar presente nesses acontecimentos,
especialmente, Ver. Fernando Záchia, quando a livre empresa toma a iniciativa
de gizar, enfatizar e dar destaque a um esforço que, em todos os quadrantes
deste País, e também no Rio Grande do Sul, independente de governos, se busca
fazer algo para que o Estado não perca, nessa progressão continuada que ocorre
em todos os quadrantes do mundo, no que diz respeito aos avanços da tecnologia.
Por
isso, Sr. Presidente, V. Ex.ª me concedeu cinco minutos, se aproxima o final
desse período que nos foi concedido nós, regimentalmente, queremos nos dar por
satisfeitos no propósito de prestar contas, a toda Casa, do cumprimento dessa
obrigação decorrente da delegação presidencial, e que nós cumprimos com muito
orgulho, com muita satisfação e, especialmente, com a consciência de que
estávamos a prestigiar um acontecimento que bem qualifica as ações da livre
iniciativa no Rio Grande do Sul, especialmente quando essa se soma à
compreensão governamental e apresenta dessa forma e dessa maneira o resultado
da sua sensibilidade à opinião pública do Estado.
Os
sete premiados no dia de hoje - empresas que na sua grande maioria não
pertencem à Cidade de Porto Alegre, e muitas das quais não pertencem sequer ao
Rio Grande do Sul - demonstram que nós, sobretudo nós gaúchos, que acreditamos
no sucesso, nós gaúchos que acreditamos na competência e na eficiência, estamos
sempre permanentemente dispostos a reconhecer o valor daqueles que, pela
competência, pela eficiência, pela qualificação se impõem ao nosso respeito.
Era
isso, Sr. Presidente que me cabia dizer nesse período que V. Ex.ª me concedeu
para prestar contas à Casa da representação externa que recebi no dia de hoje.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Ver. Reginaldo Pujol, esta Presidência
tem sido, de uma maneira democrática, permissiva para que possam ser utilizados
determinados tempos, mas quero com V. Ex.ª ler o que diz o art. nº 94,
parágrafo 1º, alínea f: (Lê.) “Tempo especial de, no máximo, 10 minutos, para
manifestação de Vereador, quando atingido em sua honorabilidade ou em casos
excepcionais de interesse da comunidade, a critério do Presidente ou membro da
Mesa que esteja presidindo os trabalhos.” V. Ex.ª certamente entendeu que isso
é um caso excepcional. Perfeito?
O SR. REGINALDO PUJOL: E V. Ex.ª entendeu junto conosco que era
uma excepcionalidade, por isso nos deferiu o tempo.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Não! Esta presidência não fez a análise
do mérito, até porque não conhecia o conteúdo do Requerimento. Esta presidência
fez uma concessão de uma solicitação feita pelo 2º Vice-Presidente desta Mesa,
entendendo que conhece tão bem como o Presidente o Regimento da Casa. Agradeço
a sua compreensão.
O SR. REGINALDO PUJOL: Eu quero agradecer à Diretoria
Legislativa, que, de forma competente, leva à Mesa as informações e qual o
fundamento que justificou o nosso Requerimento. Foi um pequeno lapso, um
pequeno esquecimento de V. Ex.ª de que sempre que existe a representação
externa são concedidos 5 minutos para o relatório. Foi o que ocorreu, neste
momento.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Agradeço a compreensão de V. Ex.ª.
Lembramos que esta Casa faz de duas a três representações por dia. Obrigado,
Ver. Reginaldo Pujol.
Havendo
quórum, passamos à
O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, apresento um Requerimento
para alteração da votação na Ordem do Dia, para que apreciemos, primeiro, o PDL
nº 009/01; depois, os Requerimentos, na ordem em que estão, e, após: PLL nº
031/00; PLL nº 064/00; PR nº 042/01; PLL nº 199/00; PLL nº 224/00; PLL nº
065/01; PLL nº 088/01; PLL nº 063/01 e PLL nº 086/01.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Marcelo Danéris. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO com o
voto contrário do Ver. João Antonio Dib.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os vereadores/o5
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancada/05
minutos/sem aparte)
PROC. 3419/01 – PROJETO DE
DECRETO LEGISLATIVO Nº 009/01, da Comissão de Constituição e Justiça, que
autoriza o Prefeito Municipal a ausenta-se do Pais, de 03 a 05 de setembro de
200l, para viajar ao Chile.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em discussão o PDL nº 009/01, que autoriza o Prefeito Municipal a ausentar-se do
País de 3 a 5 de setembro de 2001 para viajar ao Chile. (Pausa.) Não havendo
quem queira discutir, em votação. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar o PDL nº 009/01.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver.
João Antonio Dib cobra, com toda a razão, informação sobre o assunto que nós
estamos votando. Nós estamos votando uma autorização para o Sr. Prefeito
Municipal ausentar-se do País de 3 a 5 de setembro de 2001 para viajar ao
Chile.
A
Comissão de Constituição e Justiça, num parecer aprovado pela maioria dos seus
integrantes, ainda que unânime, já que um único Vereador não votou esse
Projeto, e esse único Vereador é este que lhes fala, dá pela aprovação da
viagem do Sr. Prefeito Municipal, o que não traz novidade nenhuma para esta
Casa.
O
Ver. Luiz Braz, meu querido companheiro de Bancada, é um dos que assina a
favor, porque sempre o fez, ressaltando que essas viagens do Sr. Prefeito têm
de ser entendidas dentro do contexto do Regimento e, mais do que isso, da
constitucionalidade que a nossa Lei Orgânica determina.
Eu
vim à tribuna no dia de hoje, propositadamente, porque ainda temos conosco um
problema colocado por uma decisão anterior desta Casa que, na sua soberania,
entendeu de não dar ao Sr. Vice-Prefeito Municipal autorização para que
viajasse numa determinada oportunidade. E todos nós sabemos qual é razão por
que decidimos dessa maneira. Não precisa que eu volte a assinalar qual é a
razão, porque não estou com este propósito aqui na tribuna.
Por isso, Ver. Luiz Braz, vim à tribuna, para
dizer que, naquela ocasião, nós tínhamos um voto já preparado, que era uma
Declaração de Voto, pela qual dizíamos que estávamos votando aquela autorização
pela derradeira vez, porque queríamos que, a partir daquela autorização, fosse
cumprida a Lei Orgânica do Município, que determina, Ver. João Bosco Vaz - V.
Ex.ª, que está exaltado no momento. V. Ex.ª saiba que nós, do PFL, iríamos
naquela ocasião votar e iremos votar no dia de hoje, se não formos provocados a
votar diferentemente, pela licença da viagem do Vice-Prefeito e Vereador Líder
do Partido dos Trabalhadores. Votaremos hoje pela licença do Sr. Prefeito
Municipal, com um único compromisso, o de que, cumprida a Lei Orgânica do
Município, após o seu retorno a esta Casa, receba o relatório correspondente
com as informações a respeito da viagem por ele realizada.
E,
com isso, nós, do PFL, estamos satisfeitos, por enquanto, e até hoje, com a
única exceção já referida, seguimos a orientação do Ver. Pedro Américo Leal
que, com a sua experiência, nos influi dizendo que, quando o Sr. Prefeito se
dispõe a fazer uma viagem é porque, certamente ele, com a responsabilidade de
Chefe do Executivo Municipal, fez uma avaliação prévia e concluiu que era
interesse do Município. E que não cabe a nós, de oposição, substituir o
Prefeito nesse tipo de avaliação. Se ele, Prefeito, entende que é oportuno que
ele viaje, por uma razão ou por outra, a nós só cabe, de acordo com o que
estabelece a Lei Orgânica do Município, avaliarmos, posteriormente a sua
viagem, se realmente ele cumpriu aquilo que na sua avaliação ele entendeu como
adequado para justificar o pedido de licença.
Então,
Ver. Pedro Américo Leal, eu não estou cometendo nenhuma incoerência; estou
fazendo como fiz por dezenas de vezes nesta Casa, votando a favor da licença.
Inovo, em particular, ao pedir que se cumpra a Lei Orgânica, porque fui,
chamado a atenção pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, de que a Lei Orgânica tem essa
determinação, a qual deve ser cumprida, segundo a qual o Prefeito, após a
viagem, deve oferecer um relatório à Casa, que deve ser um dos muitos
relatórios que ele oferece aqui, mas que é uma exigência legal, e o que está
escrito na Lei tem de ser cumprido. Por isso, com o apoio do meu companheiro de
Bancada, Ver. Luiz Braz, nós renovamos a posição anteriormente colocada:
incoerentemente vamos votar pela concessão da licença, se para tanto nós formos
permitidos, e se ninguém, ao contrário, nos provocar. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra
para encaminhar o PDL nº 009/01.
O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, o Prefeito pede autorização para se afastar desta Cidade e do País
de 03 a 05 de setembro, para a Cidade Valparaíso, no Chile, onde freqüentará
uma reunião, a VII Cúpula de Mercocidades, da qual Porto Alegre é membro do seu
Conselho dirigente. É uma reunião de trabalho; todos os Veadores sabem que
Porto Alegre teve, e tem, um papel fundamental na articulação das cidades que
visam participar de forma ativa na constituição do MERCOSUL. Por isso o
surgimento das Mercocidades, em que Porto Alegre e a Prefeitura tiveram um
papel fundamental para, também, criar essa rede que envolve Assunção, Buenos
Aires, Porto Alegre e Santiago do Chile.
Essa
é uma reunião de trabalho, e por isso é que o Prefeito está solicitando esses
três dias de licença. Creio que está plenamente justificado, na medida em que
há uma história a respeito da participação da nossa Cidade nesses eventos.
Inclusive o Ofício do Prefeito é suficientemente esclarecedor e lacônico, onde
ele pede essa autorização.
Sabemos
que na integração dos países, as cidades - e esse é um elemento que temos,
aqui, por diversas vezes vindo sustentar - elas não são isoladas do contexto
regional, nacional e no caso inclusive do contexto da América Latina. Nenhuma
cidade pode, se quiser ser de fato protagonista, usufruir e influenciar nas
questões que dizem respeito ao fluxo de capitais dos negócios, das mercadorias,
das informações, dos intercâmbios culturais, se ausentar desses pólos de debates,
pois qualquer cidade que se ausentar estará sujeita a ficar como paciente das
ações de terceiros e não ser protagonista. Portanto, não poderá influenciar e
não trazer para sua comunidade, para sua Cidade, no caso Porto Alegre, os
elementos que podem constituir melhorias na qualidade de vida da nossa Cidade.
Intercâmbio que pode trazer empréstimos, pode trazer os intercâmbios sujeitos
na área da tecnologia, da cultura, da ciência, da informação. Uma cidade que se
isola, como qualquer organismo, está sujeita a sua extinção. Porto Alegre tem a
honra, e tem o dever, é bem verdade, de fazer-se presente nessas instâncias, e
uma delas é essa rede de cidades do MERCOSUL, chamada Mercocidades.
Portanto,
a manifestação do Ver. Reginaldo Pujol, quando ele fala da necessidade dos
relatórios, não é problema trazer relatório para esta Casa. Aliás, se tem uma
coisa na Prefeitura, e que se pode fazer, porque tem um quadro funcional
competente, é fazer os relatórios, e muito mais o Prefeito que é uma pessoa
dada a escrever e tem influência de escrever e relatar a sua experiência, como
inclusive um produtor intelectual. Eu penso que a necessidade de vir o
relatório não é problema. E se há alguma provocação a ser feita nesta Casa é a
provocação que sempre esta Casa recebeu bem, que é da inteligência dos
Vereadores e o compromisso que eles têm com a Cidade, com o interesse público.
Por
isso creio que o assunto é absolutamente pertinente como é óbvio e evidente, a
nossa Bancada está encaminhando favoravelmente a licença do Prefeito viajar
para a Cidade de Valparaíso, no Chile, nos dias 3, 4 e 5 de setembro próximo.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para encaminhar o PDL nº 009/01.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a
Bancada do PC do B encaminha favoravelmente a essa viagem do Sr. Prefeito por
razões já demasiadamente explanadas nesta Casa, mas o fundamental é o prestígio
para a Cidade de Porto Alegre, a importância para a Cidade de Porto Alegre que
o nosso Prefeito seja convidado para esses grandes eventos e represente o povo
de Porto Alegre.
Quero,
por fim, dizer que a palavra deste Vereador não foi cassada no tempo da
ditadura, e não o será, quando conquistamos a democracia, que a brincadeira,
que a chacota, que atitudes anti-regulamentares nesta Casa não cassarão a
palavra do PC do B. Portanto, esperamos que seja aprovada essa viagem e, sempre
que acharmos interessante, encaminharemos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra
para encaminhar o PDL nº 009/01.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
encaminho favorável em nome da minha Bancada, o PDT. Quando foi negada a viagem
ao Vice-Prefeito João Verle, o Ver. Ervino Besson e eu votamos favoravelmente.
É um princípio próprio do Ver. João Bosco Vaz votar sempre a favor de qualquer
viagem, desde que seja um direito.
Ver.
Raul Carrion, ninguém quer cassar a sua palavra. É que V. Ex.ª diz tantas
bobagens desta tribuna, que nem a democracia suporta. Na outra vez, os
Vereadores votaram contra por causa de V. Ex.ª, que falou um monte de
baboseiras, provocando os Vereadores e dizendo que os Vereadores não tinham
coragem de votar contra, que só vinham aqui para encaminhar e falar. Ver. Raul
Carrion, V. Ex.ª, quando faz essa pompa de falar em nome de sua Bancada, que é
só V. Ex.ª - a Bancada de um só - eu gostaria que V. Ex.ª ficasse no Plenário
para ouvir o que eu tenho a dizer. Vereador, ninguém vai cassar a sua palavra.
V. Ex.ª pode dizer o que quiser, desde que acabe não estragando a coligação do
PC do B, do seu Partido, com o PSB e com o PT. O Ver. Adeli Sell já falou,
aqui, que vai pedir ao Prefeito para terminar essa coligação, porque não
suporta mais os encaminhamentos que V. Ex.ª dá a todas as situações aqui.
A
Bancada do PDT vai votar favorável. Ninguém quis cassar a palavra de ninguém,
nem vai cassar a palavra de ninguém. Esta Casa é livre, cada um fala as
bobagens que quiser, aqui, nesta tribuna, eu já devo ter falado inúmeras
bobagens; falo e assumo as bobagens que falo, o que não dá é vir a esta tribuna
falar um monte de asneiras e depois mandar buscar Projeto para dizer que não
falou. Ainda bem que o Prefeito Tarso Genro deve ter puxado a sua orelha, ou o
Vice-Prefeito João Verle por não ter podido viajar. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Dib está com a palavra para
encaminhar PDL nº 009/01.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, serei
muito breve. Prefeito Tarso Genro, boa viagem, feliz retorno!
Quero
dizer que eu li com atenção o Ofício do Sr. Prefeito, por isso reclamei que nós
não tínhamos o expediente, ele disse que o ônus para o Município será de
passagens aéreas, pois a Secretaria Executiva da Mercocidades arcará com as
despesas de hospedagem. Isso mostra que o Prefeito age com correção. Na
realidade, os documentos acostados ao Processo não dizem que as despesas em
Valparaíso serão pagas; mas o Prefeito age com correção, espero que ele retorne
bem, trazendo alguma novidade boa para Porto Alegre.
Prefeito,
boa viagem, feliz retorno! Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para encaminhar o PDL nº 009/01.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vamos
fazer uma reflexão acerca dessas relações que se estabelecem com a Casa, com o
Executivo e de resto com os seus integrantes, no que diz respeito à questão
ligada a viagens, etc. Nós não temos critérios objetivos, historicamente não se
tem critérios objetivos para estabelecer os parâmetros dentro dos quais deve
proceder o Prefeito ou o Vereador. Eu tenho por princípio que nós todos somos
responsáveis, o Prefeito é responsável, os Vereadores são responsáveis pelos
atos e atitudes que cometem nesse sentido. Vale aqui a lição do paterfamiliae, daquele chefe de família
que procede sempre dentro dos critérios de sabedoria e estabelece as suas ações
sempre buscando, exatamente, não cometer nenhum ato abusivo. O critério do
homem de bem, do cidadão de bem que procura avaliar se deve ou não tomar esta
ou aquela atitude.
Em
princípio, não temos nada, Ver. Haroldo de Souza, formalizado para saber em que
condições o Prefeito pode ou não pedir licença para viajar. Nós não temos isso
de forma objetiva, clara.
Vou
deixar aqui um depoimento firmado. Eu acredito que não devemos entrar no mérito
- na nossa ação enquanto legisladores - no estabelecimento de relações com o
Executivo, nós temos de examinar os aspectos de ordem legal, formais. Eu penso
que esse seria o critério. O pedido de licença para viagem assenta-se dentro
das formalidades sustentáveis do ponto de vista legal? Sim ou não? Agora, avaliar
se o Prefeito deve ou não viajar para um determinado lugar, é um critério que,
até prova em contrário, a população deferiu. A população, na medida em que
escolheu o Prefeito, o Governador, os Vereadores, entregou a representação a
essa pessoa, ela deve proceder como um bom chefe de família, um bom pai de
família, que cuida com carinho dos seus interesses no sentido de não cometer
nenhum ato que se desvie das finalidades éticas.
Portanto,
tenho dificuldades em relação à questão de entrar no mérito: dizer que o
Prefeito pode ou não viajar. É critério que comigo se daria em uma análise
subjetiva, pois há ausência de um critério objetivo. Nesse sentido, estou, em
nome da Bancada do PTB, estamos encaminhando favoravelmente ao pedido. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. NEREU D’AVILA (Requerimento): Sr. Presidente, eu acabo de confirmar
com a Prefeitura de Porto Alegre que o Sr. Prefeito Municipal, em respeito ao
falecimento do nosso colega e ex-Presidente da Casa, Dilamar Machado,
determinou que o Município ficasse por três dias em Luto Oficial, com a
bandeira da Prefeitura a meio pau, como já está ocorrendo. Como eu verifiquei
que as nossas bandeiras não estão a meio pau, eu solicitaria a V. Ex.ª que
assim o determinasse, como uma homenagem.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Ontem foi, Ver. Nereu D’Avila, de
imediato, autorizado por esta Presidência, pela Mesa Diretora, que a Casa
ficasse de luto. V. Ex.ª observou algo que este Vereador desconhece. Já havia
sido determinado todos os procedimentos normais de quando a Instituição está de
luto.
O SR. NEREU D’AVILA: Até aproveito, se V. Ex.ª me permite
mais trinta segundos, para fazer uma deferência a esse gesto elegante do
Prefeito em relação a um Vereador e ex-Presidente desta Casa que, inclusive,
assumiu a Prefeitura. Creio que é um gesto elegante, é um gesto de cordialidade
e que faz jus ao nome e à estatura do Prefeito Municipal da nossa Cidade.
O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente - na esteira da fala do
Ver. Nereu D’Avila – inclusive, ontem, fomos instados pelo gabinete do
Prefeito, porque o nosso ex-colega, ex-Vereador Dilamar Machado, assumiu a
Prefeitura. E essa informação eu não pude de pronto oferecer ao Gabinete,
inclusive era uma das justificativas para o Decreto do Luto Oficial. Mas, à
noite estando no programa “Guerrilheiros da Notícia”, ao se fazer um
documentário sobre a vida do ex-Vereador Dilamar Machado, ficamos confirmando
essa situação, o que só reforçou o Decreto do Prefeito para a decretação do
Luto Oficial no Município.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra
para encaminhar o PDL nº 009/01.
O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, sobre a autorização da viagem do Prefeito ao Chile, eu tenho
certeza, que as viagens que têm sido feitas pelo nosso Prefeito, têm sido
viagens proveitosas. O Partido Liberal tem como objetivo apoiar tudo aquilo que
traz benefícios a nossa Cidade. E nós temos visto que as viagens feitas estão
trazendo benefícios a nossa Cidade.
Lamentamos,
também, a negativa da autorização da viagem ao nosso querido Vice-Prefeito João
Verle. Mas, nós vamos apoiar e votar favoravelmente a esta viagem do Sr.
Prefeito. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Antonio Augusto Bernd está com a
palavra para encaminhar o PDL nº 009/01.
O SR. ANTONIO AUGUSTO BERND: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, pela sexta vez, com muito orgulho, estou como Vereador Suplente,
nesta Câmara, por licença do Ver. Sebastião Melo. Nessas seis vezes em que
estivemos aqui, em quatro, nós debatemos sempre - não sei se por coincidência -
a viagem do Prefeito, por três vezes e, do Vice-Prefeito, uma vez.
Não
quero entrar no mérito da importância da viagem que, que pela responsabilidade
que envolve o cargo de Prefeito, seja em prol da Cidade. Mas, de qualquer
forma, pelo número significativo de viagens, verifica-se que o Prefeito Tarso
Genro irá para a história do Município de Porto Alegre como o Prefeito que
menos tempo ficou na sua cadeira como Prefeito. Não só por essas viagens que
têm sido freqüentes, mas também pela sua postura, desde o primeiro momento, de
ficar transitoriamente, segundo a sua vontade, como Prefeito de Porto Alegre e,
logo, já, disputar uma prévia dentro do seu Partido para ser candidato ao
Governo do Estado. Quem sabe, depois, se licenciando para concorrer,
efetivamente, à condição de Governador do Estado do Rio Grande do Sul. Por
isso, se verifica, sobretudo, que o Prefeito, Sr. Tarso Genro, utilizou-se do
povo de Porto Alegre como trampolim político e para promoção pessoal em nível
estadual e nacional.
Por
isso, o nosso registro de repúdio a essa ação, não à viagem, evidentemente,
pois, se na última fomos contrários na votação da viagem do Vice-Prefeito foi
por questões circunstanciais, como foi bem colocado aqui, e colocando em
desafio a atuação de um Vereador. Mas hoje, sem dúvida alguma, a Bancada do
PMDB votará favoravelmente, mas com esse registro: que efetivamente se
caracteriza um estelionato eleitoral, aqui, em Porto Alegre, porque o Prefeito
não está exercendo como deveria, e esperamos que ele cumpra, no mínimo, aquilo
que prometeu, de exercer os quatro anos de mandato como Prefeito de Porto
Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o PDL nº 009/01. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o Requerimento nº 214/01, de
autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que requer Moção de Solidariedade ao
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações e
Operadores de Mesas Telefônicas do Rio Grande do Sul, Senhor José Jurandir
Teixeira Leite, em nome de todos os funcionários da Empresa CRT Brasil Telecom.
S/A. pelos 960 empregados que receberam uma carta onde devem optar em
terceirizar seus serviços por conta própria ou através da assessoria da empresa
e caso não havendo opção serão demitidos compulsoriamente com incentivos.
O
Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para encaminhar o Requerimento nº
214/01.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, a imprensa toda e a população do Rio Grande do Sul tomou
conhecimento da decisão da Empresa de Telecomunicações Brasil Telecom, dispensando
960 funcionários, que receberam uma carta, onde devem optar em terceirizar seus
serviços, por conta própria, ou através da assessoria da empresa. Caso não
havendo opção, serão demitidos compulsoriamente, com incentivos. Mostro aos
Srs. Vereadores o que cada funcionário recebeu: (Lê.)
“Programa de Apoio - DAC - Manifestação de
adesão. Dados do colaborador: nome, localidade, matrícula, RG. Declaro estar
ciente das condições que me foram apresentadas no Programa Apoio - DAC, sendo a
minha opção: A - colaborador com projeto pessoal; B - colaborador sem projeto
pessoal; C - colaborador (quer tentar reaproveitamento na empresa.) Local, data
e assinatura”.
Recebemos
inúmeras pessoas no nosso gabinete, alguns funcionários com 25, 27 - um
funcionário com 34 anos e 3 meses - de serviço, chorando, dizendo: “Se eu não
assino, como fica? Tem incentivo, e se eu não assinar vou sair igualmente.”
Neste
momento este Vereador solicita encarecidamente a esta Casa esta Moção de
Solidariedade, para que possamos entender a dor e o sofrimento que esses 960
funcionários da Empresa Brasil Telecom. S/A., estão passando, juntamente com
seus familiares, na iminência imediata de perderem seus empregos. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar o Requerimento nº 214/01.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é
importante que, em cada vez que votamos uma moção de protesto, ou de
solidariedade, tenhamos bem presente com quem estamos sendo solidários e contra
quem estamos protestando. A Moção de Solidariedade, requerida, regimentalmente,
pelo Ver. Carlos Alberto Garcia, é ao ilustríssimo Sr. Presidente do Sindicato
dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações do Rio Grande do Sul, José
Jurandir Teixeira Leite, em nome de todos os funcionários da Empresa CRT Brasil
Telecom. S/A., pelos 960 empregados, que receberam uma carta onde devem optar
em terceirizar seus serviços, por conta própria ou através de assessoria da
Empresa e, caso não havendo opção, serão demitidos compulsoriamente com
incentivos.
O
Requerimento do Ver. Carlos Garcia tem de ser entendido como ele pretende. Em
verdade, ele não concorda com essa circunstância a que estão sendo submetidos
esses funcionários, que estão tendo uma tripla opção de se transformar em
colaborador com projeto pessoal, colaborador sem projeto pessoal ou colaborador
que quer tentar o reaproveitamento na Empresa, o que não assegura que esse
reaproveitamento será ocorrido.
Eu
aconselhei o Ver. Carlos Alberto Garcia, quando ele veio à tribuna, uma certa
cautela, porque o clima, aqui, está muito favorável, nós estamos aprovando as
proposições, na maioria das vezes, até em homenagem de quem a requer. É o que
eu farei, eu vou fazer uma homenagem ao Ver. Carlos Alberto Garcia, que é uma
pessoa por quem tenho muito apreço, muita consideração, em função da
honestidade com que ele conduz o seu mandato. Não que qualquer um dos
Vereadores aqui não o façam da mesma forma. Mas o Ver. Carlos Alberto Garcia, sabe
que, até na intimidade, eu faço uma pequena crítica para ele: “tu chegas a ser
até ingênuo de tão honesto que és!”
Em
verdade, nós estamos dentro de uma realidade. Essa Empresa, a Brasil Telecom.,
foi até o Palácio Piratini, reuniu-se com a Secretária Dilma Rousseff,
apresentou esse Programa de Demissão Voluntária e, aparentemente, recebeu a
aprovação do Governo do Estado sobre essa fórmula. Na medida em que, se alguém
vai demitir sem dar alternativa a seus funcionários ou demite dando algumas
alternativas, nós temos até que - dentro do quadro concreto de demitir sem dar
alternativas ou demitir dando alternativas - nós preferimos a primeira das
hipóteses, neste caso.
Mas
o que o Vereador busca, em última instância - dar para ver nas entrelinhas - é
uma solidariedade do Legislativo de Porto Alegre a esses 960 funcionários que,
de uma forma ou de outra, vão ter os seus destinos alterados ou se
transformando num prestador de serviços autônomo ou se transformando num
empregado duma prestadora de serviços ou, o que é pior, perdendo o seu emprego,
e mais do que emprego, o seu posto
de trabalho. É que a situação, hoje, no mundo contemporâneo, é de tal gravidade
que o emprego, nos termos convencionais que nós aprendemos a reconhecer -
aquele emprego de carteira assinada, desconto para a Previdência, direito à
aposentadoria – lamentavelmente, está terminando.
As
pessoas, Ver. Luiz Braz, V. Ex.ª que é preocupado com esse assunto, quando
conseguem ao menos ter um posto de trabalho, já se encontram satisfeitas,
tamanho o grau de desemprego que hoje ocorre.
Fazendo
essas afirmações de quem mostra que, apesar de estar andando de um lado para
outro do Plenário, não está desatento ao que está acontecendo, eu venho à
tribuna para dizer que vou votar a favor do Requerimento numa homenagem ao Ver.
Carlos Alberto Garcia. Eu sei, Vereador, o que V. Ex.ª quer: nesse seu misto de
socialista cristão - uma situação que eu não entendi bem até hoje - quer buscar
a paz e a harmonia entre o capital e o trabalho, uma busca permanente de todos
nós, que eu não sei em que ponto vamos encontrar. Mas é bom que os detentores
do capital saibam que, mesmo entendendo a sua importância, a sua relevância e a
sua inserção no contexto que nós vivemos, nós não estamos tontos, nós sabemos o
que eles estão fazendo e que, na dúvida, Ver. Antonio Augusto Bernd, nós vamos
optar sempre pelo trabalho, nunca pelo capital. Não entenda que um liberal,
como eu, tenha que, por dogma, ser a favor do capital. Eu não acredito em
dogma, eu acredito em opções.
No
meu contexto de social liberal, se tiver de optar, na dúvida, sempre vou optar
pelo mais fraco. In dubio pro
misero. Na dúvida, pelo
trabalho, nunca pelo capital. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Antonio Augusto Bernd está com a
palavra para encaminhar o Requerimento nº 214/01.
O SR. ANTONIO AUGUSTO BERND: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, a nossa posição é no sentido de total solidariedade a essa Moção,
Ver. Carlos Alberto Garcia, porque entendemos que qualquer tipo de demissão é
nociva, quando sem justificativa efetiva como essa aqui. Pior ainda, quando os
servidores, que estavam lá na CRT, quando pública, ingressaram para,
justamente, se estabilizar como servidor público. Se quisessem, esses
servidores teriam ingressado e corrido o risco que envolve a iniciativa
privada, teriam eles, naquela oportunidade, ingressado em uma empresa privada.
Mas, se eles estão lá, é porque a CRT era estatal e, portanto, havia as
garantias que determinariam a sua condição, a sua estabilidade. Então, não há
nenhum tipo de justificativa para a demissão se ela for comprovada
efetivamente.
É
diferente quando se apresenta aqui essa Empresa CRT Brasil Telecom. S/A., que
apresenta um programa de incentivo, mas de forma compulsória, diferente do PDV
que foi oportunizado em 1997, 1998, no Governo Antônio Britto, quando realmente
era voluntária e havia servidores estáveis, efetivos, sem nenhum tipo de ameaça
de demissão. Então, nós condenamos esse tipo de demissão. A exemplo também, não
sei se esta Casa apresentou alguma moção de solidariedade àqueles servidores do
Banrisul, especialmente do Banrisul - Processamento de Dados, quando dezenas
foram demitidos pelo Governador Olívio Dutra. E hoje eles estão na Justiça
buscando a sua reintegração.
A
nossa solidariedade, sim, a essas demissões, a esse Sindicato que está lá
liderando, por meio do sindicalista José Jurandir Leite, a nossa solidariedade,
a exemplo também de tantas outras demissões que aconteceram, e acontecem ainda,
no Governo do Estado, em nível do Governo Federal e em nível geral. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para encaminhar o Requerimento nº 214/01.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
reiteradas vezes, eu tenho dito desta tribuna: chega de moções! Chega de moções
que não conduzem a nada, a não ser a tensões, a irritações, a confusões sem
necessidade. Não adianta o que está sendo feito aqui.
O
meu querido Professor, Ver. Carlos Alberto Garcia, requer uma Moção de
Solidariedade ao Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de
Telecomunicações do Rio Grande do Sul. Mas nunca que vou dar solidariedade a
esse senhor. Esse é o homem que invadiu a Assembléia Legislativa e subiu numa
das mesas. Como eu vou dar solidariedade a ele? Quem é ele para receber
solidariedade do Legislativo? Diz: “...em nome de todos os funcionários da
Empresa CRT Brasil Telecom. S/A., pelos 960 empregados que receberam uma
carta...” é claro que os 960 trabalhadores têm toda a nossa solidariedade,
especialmente num momento em que o emprego é a coisa mais difícil que há neste
País, e a nossa Porto Alegre não é diferente, o nosso Rio Grande não é
diferente.
O
Rio Grande do Sul deixa uma Ford do Brasil, que poderia criar milhares de
empregos, ir embora; toca embora! Num momento desses, 960 pessoas serem
desempregadas é realmente preocupante. Mas, ao Presidente do Sindicato, eu não
dou solidariedade nenhuma, porque o seu passado, em relação a legislativos, é
desagradável. Eu não gostaria de ver ninguém subindo numa das mesas desta Casa.
Não foi só ele, houve uma Vereadora desta Casa, na oportunidade, que também
subiu na mesa.
Eu
entendo a solidariedade do Professor, Ver. Carlos Alberto Garcia aos servidores
que vão ser desempregados, mas ao Presidente do Sindicato, eu não concordo. Eu
não posso votar favoravelmente. Por isso eu disse: nós podemos trabalhar muito
melhor sem fazer moções. São 17h05min estamos vivendo emoções, tensão,
irritação, mas nada disso me impede que eu diga: Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra
para encaminhar o Requerimento nº 214/01.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o PDT
não poderia deixar de ocupar esta tribuna para encaminhar favoravelmente esta
Moção proposta pelo Ver. Carlos Alberto Garcia. Primeiro, porque, todos os
dias, centenas de trabalhadores estão perdendo, ou estão ameaçados de perder, o
seu emprego. Eu falo ameaçados, porque, nessa proposta que a Empresa CRT Brasil
Telecom. está fazendo, está embutida a ameaça: ou faz ou terceiriza ou
compulsoriamente é demitido. Em segundo lugar, o PDT não poderia deixar de
utilizar esta tribuna para hipotecar toda a solidariedade ao Presidente
Jurandir Leite, que é dos quadro do nosso Partido, pessoa respeitada, pessoa de
qualidade pessoal e profissional.
Eu
gostaria de perguntar ao Ver. João Antonio Dib, se o Ver. Carlos Alberto Garcia
não enviar a Moção aprovada ao Presidente do Sindicato, que é o Jurandir, teria
o Ver. Carlos Alberto Garcia de enviar essa Moção aprovada aos 960 funcionários
que estão ameaçados de demissão? Então cai por terra a alegações apresentadas,
nesta tribuna, anteriormente, pelo Ver. João Antonio Dib, um homem sério, um
homem respeitado, nosso decano, um homem que muitas vezes é o nosso norte aqui,
a quem recorremos para votar alguns projetos. Mas, perdoe-me, Ver. João Antonio
Dib, V. Ex.ª não votar uma moção de apoio a 960 funcionários ameaçados de
perder o seu emprego, o seu sustento, porque V. Ex.ª não gostou de uma atitude
- ou não a apóia - tomada pelo Presidente do Sindicato, Jurandir Leite, em
outra oportunidade, V. Ex.ª está assumindo uma posição que não está de acordo
com a sua grandeza pessoal e profissional.
Essa
Empresa CRT Brasil Telecom. S/A., é a mesma empresa que, amanhã, vamos
investigar, aqui, na Audiência Pública da Comissão. É a mesma empresa - segundo
as denúncias que estão no processo da Comissão que presido - que está lesando
os usuários. Não sou eu que digo isso, as pessoas é que vêm denunciar - uma
associação nacional de pequenos acionistas - que estão sendo lesados, mais de
um milhão de usuários, uma vez que a referida empresa não lhes repassa as ações
a que têm direito. E simplesmente ela reclama que não as repassa, porque não
tem condições de repassar. Essa é a empresa que está demitindo, que está
aumentando o desemprego em Porto Alegre, que está desempregando pais de
família. Apelo a V. Ex.ª que tenha um gesto maior, que é do seu feitio, que
está de acordo com a sua postura, e esqueça o Presidente Jurandir, vote pelo
apoio a esta Moção.
Como
trabalhador, quero-me dirigir ao Ver. Raul Carrion, mais uma vez. Vou retirar
do meu discurso as bobagens que falei aqui a seu respeito. Quero manter o bom
nível. Gosto de V. Ex.ª, não tenho nada contra. De vez em quando, V. Ex.ª nos
irrita, mas temos de ter paciência, para um aturar o outro. Isso faz parte.
Digo a mesma coisa em relação ao Ver. Juarez Pinheiro, porque fiz uma brincadeira,
ele não gostou, procurou-me, falou comigo. Grande Juarez Pinheiro! Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o Requerimento nº 214/01, de
autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia. O Ver. João Antonio Dib solicita votação
nominal.
Em
votação nominal o Requerimento nº 214/01. (Pausa.) (Após a apuração nominal.)
Treze votos SIM e um voto NÃO. Consideramos nula a presente
votação por falta de quórum.
Registramos
a presença de 15 Vereadores em Plenário. Não havendo quórum, declaramos
encerrados os trabalhos da presente Sessão Ordinária.
(Encerra-se
a Sessão às 17h17min.)
* * * * *